No aniversário da minha mãe, que completou 94 anos, reuniu-se a família toda. Não podia faltar um sobrinho neoliberal, meu xará, o Paulinho, que tem mania de dar uns tecos no tio progressista. Desta vez, contudo, escolheu um caminho que se mostraria constrangedor para ele.
O incidente que passo a relatar revela, acredito, o imenso potencial das novas tecnologias. Em maio do ano passado, Pedro Cafardo, do Valor Econômico, perguntou ao ChatGPT quem eram os dez maiores economistas brasileiros de todos os tempos. Entre os dez maiores, figurava o meu nome, como décimo da lista. Era o lanterninha, mas dei mesmo assim os proverbiais arrancos triunfais de cachorro atropelado, como diria Nelson Rodrigues. Mas houve mais. O jornalista repetiu a pergunta ao ChatGPT e o meu nome voltou a aparecer, desta vez em sexto lugar! Apenas outros quatro economistas, apareceram nas duas listas, ambas encabeçadas por Celso Furtado, realmente o nosso maior economista, o que conferia certa plausibilidade às respostas da Inteligência Artificial.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login