Opinião
Cabaré em chamas
Seif ataca Campagnolo, que ataca Carluxo. Mauro Mendes ataca Bananinha, que ataca Mendes e ataca Nikolas
Olá, estas são as NOTÍCIAS DO HOSPÍCIO! O semanário de bordo da nossa viagem na maionese, a prova material da máxima infalível: de onde menos se espera é que não vem nada mesmo. Veja o caso do PL Antifacção relatado por Guilherme Derrite (PP): que tal resolver o problema do crime organizado enfraquecendo a Polícia Federal? Rapaz, como ninguém tinha pensado nisso antes? Se bem que pensaram. Foi na PEC da Blindagem. Hummm… Cê tá pensando que eu sou loki, bicho? Sou malandro velho e não tenho nada com isso.
MARIDO DE ZAMBELLI PARALISA ROMA COM MEGAMANIFESTAÇÃO. “Tenho certeza que vai tocar o coração da NOSSA PRIMEIRA-MINISTRA Meloni”, viajou o coronel Antônio Aginaldo de Oliveira, o Vaginaldo, em vídeo publicado por Zé Trovão (PL). Jogada aos leões, Zambelli (PL) aparece na camiseta do marido em frente ao Coliseu. O filho do casal, João, celebrou o “sucesso da manifestação”, que reuniu SEIS PARTICIPANTES.
E ATENÇÃO! DUTERTE DECLARA APOIO A FLÁVIO BOLSONARO PARA PRESIDENTE EM 2026. A atriz Regina Duterte, ex-secretária contra a Cultura no governo Bolsonaro, afirmou em suas redes considerar a candidatura do atual senador do PL como “A PROPOSTA MAIS INSPIRADORA PARA O PAÍS”. Duterte soprou o berrante: “Diz aí, o que você pensa? Sou totalmente aberta à emissão de opiniões contraditórias”. NH é a favor da emissão de gases de efeitos flatulentos. E contra flatos não há argumentos!
Vamos agora às últimas informações sobre o incêndio de grandes proporções ainda em curso no cabaré. SEM ACESSO AO GARDENAL, BANANA ACUSA CHUPETA DE ABANDONAR “BOZO”. Em postagem mais tarde apagada, Bananinha (PL) atacou Chupetinha (PL). “A briga na direita é simples. Nikolas quer se livrar do Bolsonaro de vez. Ele está liderando uma dissidência. ‘Temos que nos descolar do BOZO sem perder o eleitor’”, descascou Banana, que dessa vez escolheu chamar o pai de Bozo em vez de ingrato do caraglio. “Querem continuar sendo eleitos pelos bolsonaristas, mas não querem mais prestar contas ao Bolsonaro.”
“EDUARDO ENLOUQUECEU”, diagnosticou o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil). Queremos royalties! “Está lá nos EUA, longe da realidade, FALANDO MERDA.” A que respondeu Bananinha: “Não me culpe pela sua frouxidão. Se tô hoje aqui vivendo no exílio é por causa de POLÍTICOS BOSTAS IGUAL O SENHOR”. É cocô para todo lado.
Em Santa Catarina, segundo informações da sucursal de Balneário Camboriú, o pau segue quebrântico entre os internos da ala manicomial. A cizânia se dá, claro, em torno da candidatura ao Senado do vereador federal Carlos Bolsonaro (PL) pelo estado onde “quase morei”.
O senador Jorge Seif (PL), cabo eleitoral de Carluxo, disparou contra a deputada estadual Ana Campagnolo (PL), contrária à candidatura de Zero Dois. Acabou acertando… as professoras, que coisa! “NÃO ERA NADA ATÉ ONTEM, ERA PROFESSORA”, disse o senador que era secretário da Pesca.
Enquanto o cabaré pegava fogo, o governador Jorginho Mello (PL) exibiu em suas redes o “PASSAPORTE CATARINA”, e falou sobre “pedir visto” para migrantes que quiserem se mudar para o Alabama do Sul.
THAT’S ALL FOLKS! Vamos ali dar uma suicidada e já voltamos. NOTÍCIAS DO HOSPÍCIO nunca desliga. •
Jornalista, indicado ao Emmy Internacional com a série O Infiltrado. Autor dos livros O Atleticano Vai ao Paraíso e Bandido Raça Pura.
Publicado na edição n° 1388 de CartaCapital, em 19 de novembro de 2025.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Cabaré em chamas’
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.