Hoje quero tratar de um tema de longo prazo, de natureza “estrutural” por assim dizer. Refiro-me ao declínio do Ocidente, mais especificamente à sua parte principal – o declínio dos Estados Unidos, a superpotência que até há pouco tempo dominava o planeta. Esse declínio tem várias dimensões e se mostra inexorável. Não obstante, os Estados Unidos, seus aliados e satélites resistem a aceitá-lo, resistem de forma sistemática e feroz. Como nas tragédias gregas, a resistência ao destino não faz mais do que acelerar a sua concretização.
Acostumados, há vários séculos, a dar as cartas, a ditar regras e a impor as suas vontades, os americanos e europeus fazem de tudo para negar a realidade, mesmo sendo ela objetiva e implacável. A queda ano após ano do peso relativo dos EUA e cia. em termos demográficos e econômicos é clara e cristalina. A população dos países de alta renda corresponde a apenas 15% da população mundial e tende a continuar caindo. A economia da China já é maior que a dos Estados Unidos há algum tempo, em termos de paridade de poder de compra (a forma mais correta de fazer comparações internacionais).
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