Brasil tem a oportunidade de ser o grande protagonista mundial em ESG

Momentos de celebração, como o atual no qual festejamos o Bicentenário da Independência do Brasil, são propícios para uma reflexão acerca de erros e acertos, mas principalmente sobre o nosso futuro.

Neste breve artigo, argumento que o nosso país tem potencial para ser um dos grandes protagonistas mundiais da chamada agenda ESG (Environmental, Social and Governance).

No aspecto ambiental, temos o ativo mais valioso do mundo: a Floresta Amazônica. Além de sua contribuição como reservatório de carbono e como fornecedora de água, a floresta contém mais da metade da biodiversidade do mundo – que possui um potencial para desenvolvimento de biotecnologia inimaginável. Por esse motivo, como se costuma dizer: a floresta vale mais de pé do que derrubada. Ainda sob perspectiva ambiental, em termos de matriz energética, o Brasil se encontra em situação igualmente privilegiada devido à disponibilidade de recursos naturais e geografia do país, que propicia a geração de energia hidráulica, eólica, solar, entre outras.

Já na dimensão social, somos dotados de uma diversidade impar, haja vista que nossa população é resultante de uma grande mistura de culturas: índios, portugueses, africanos, árabes, italianos, espanhóis, alemães, japoneses, chineses etc. Isso nos possibilita ter uma visão plural e sem preconceitos. Perceba-se ainda que o Brasil é um dos grandes provedores de alimentos do mundo, tendo capacidade técnica e territorial para contribuir ainda mais com as necessidades globais e o combate à fome.

No que tange à dimensão da governança – apesar de ainda termos muito a evoluir – há de se reconhecer que bastante já foi feito, especificamente quando nos comparamos a alguns de nossos pares emergentes. Somos uma das maiores economias do mundo e possuímos instituições sólidas que são resultados dos avanços ocorridos desde a redemocratização do País. Adicionalmente, temos uma relação comercial amistosa com praticamente todos os países do mundo, dos Estados Unidos à China, passando inclusive por nações como Rússia.

Assim, no momento em que o ESG é umas das grandes pautas mundiais, o Brasil goza de uma chance única de ser um dos países líderes deste movimento.

Na medida em que nos aproximamos do pleito eleitoral, que os nossos próximos governantes saibam aproveitar essa oportunidade, seja pelo motivo mais nobre, qual seja o contribuir na resolução de um problema mundial, ou seja por razões egoístas brasileiras: aprimorar o nosso agronegócio e trazer recursos de investimentos estrangeiros que buscam, por exemplo, investir em energias limpas ou ainda em créditos de carbono. Naturalmente, com aumento das exportações do agronegócio e com maior atração destes investimentos para o nosso País, maior será a geração de emprego, renda etc. – contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira.