Opinião
Boric representa a inovação. Lula, a reconstrução
O presidente eleito no Chile saiu do desconhecido para se tornar presidente. O petista apoia-se em vasta popularidade para retornar à Presidência
As linhas das eleições realizadas no Chile em 2021 e aquelas que se realizarão no Brasil em 2022 são mais paralelas do que interseccionais. Existem mais diferenças do que semelhanças. Os dois países atravessaram ditaduras. A do Chile foi unipessoal. A brasileira teve vários ditadores. Pinochet foi muito mais brutal do que os generais brasileiros. O Brasil fez uma transição com uma Constituinte e com uma Constituição democrática. O Chile só agora começa uma Constituinte e elabora uma Constituição pós-ditadura.
A lista das dessemelhanças é grande, mas nos concentremos nas eleições. A provável vitória de Lula será fruto de um processo lógico da política. Enquanto líder, Lula projetou sua liderança nacional ainda como sindicalista, fundou um partido de massas, foi um dos artífices da redemocratização, concorreu a quatro eleições presidenciais para vencer, saiu da Presidência com uma avaliação extraordinária, viu o impeachment da Dilma Rousseff e terminou preso. Com a anulação dos processos, readquiriu a condição de ser candidato no contexto do desastre absoluto do atual governo.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
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