Agosto está no fim e, a cada dia, fica maior o obstáculo à frente das ambições do capitão. O motivo é simples: o tempo passa e diminui a chance da improvável reação que o tornaria competitivo. Em razão de alguns resultados de pesquisas estaduais, atravessamos o mês na expectativa, a especular a respeito da possibilidade de Bolsonaro estar em uma curva de crescimento. Os números davam a sensação de que, talvez, algo se movesse na estrutura das intenções de voto.
Mas não era verdade (certamente, não na escala apregoada), como vimos a seguir, com pesquisas mais abrangentes e, ao que parece, mais capazes de caracterizar o cenário em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro, os principais colégios eleitorais do País. Em retrospecto, vivemos semanas de apreensões desnecessárias, de um lado, e esperanças ilusórias, do outro. De acordo com as pesquisas de dois institutos respeitáveis, Ipec e Datafolha (os únicos agraciados com a classificação “muito confiável” pela Folha de S.Paulo, em uma cômica promoção publicitária de empresa que integra seu grupo econômico), a vantagem de Lula é ampla a esta altura da eleição. Mais relevante, os resultados do Datafolha mostram que, entre a pesquisa anterior, iniciada em 27 de julho, e 18 de agosto, data da última, a distância entre ele e o capitão teria diminuído em somente 3 pontos porcentuais (quanto ao Ipec, como foi a primeira pesquisa nacional publicada pelo instituto, é impossível falar em tendências).
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