Bolsonaro onde sempre esteve

Chegamos ao fim de agosto sem nenhuma mudança substancial das intenções de voto no ex-capitão, apesar do uso desbragado da máquina e da 'guerra santa'

O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Fotos: Ricardo Stuckert e Alan Santos/PR

Apoie Siga-nos no

Agosto está no fim e, a cada dia, fica maior o obstáculo à frente das ambições do capitão. O motivo é simples: o tempo passa e diminui a chance da improvável reação que o tornaria competitivo. Em razão de alguns resultados de pesquisas estaduais, atravessamos o mês na expectativa, a especular a respeito da possibilidade de Bolsonaro estar em uma curva de crescimento. Os números davam a sensação de que, talvez, algo se movesse na estrutura das intenções de voto.

Mas não era verdade (certamente, não na escala apregoada), como vimos a seguir, com pesquisas mais abrangentes e, ao que parece, mais capazes de caracterizar o cenário em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro, os principais colégios eleitorais do País. Em retrospecto, vivemos semanas de apreensões desnecessárias, de um lado, e esperanças ilusórias, do outro. De acordo com as pesquisas de dois institutos respeitáveis, Ipec e Datafolha (os únicos agraciados com a classificação “muito confiável” pela Folha de S.Paulo, em uma cômica promoção publicitária de empresa que integra seu grupo econômico), a vantagem de Lula é ampla a esta altura da eleição. Mais relevante, os resultados do Datafolha mostram que, entre a pesquisa anterior, iniciada em 27 de julho, e 18 de agosto, data da última, a distância entre ele e o capitão teria diminuído em somente 3 pontos porcentuais (quanto ao Ipec, como foi a primeira pesquisa nacional publicada pelo instituto, é impossível falar em tendências).

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

2 comentários

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 30 de agosto de 2022 02h50
campanha de Jair Bolsonaro está em franco desespero. Depois da fracassada entrevista no Jornal Nacional na Rede Globo, no Domingo 28/08, o debate na TV Bandeirantes, Bolsonaro partiu para o ataque rasteiro contra Lula. Mas não somente Lula foi o alvo, mas sua verve misógina contra a jornalista Vera Magalhães e a senadora Simone Tebet foi destaque. Seu destempero é cada vez mais evidente e sua irritação diante do petista faz com que perca o equilíbrio emocional que é tão raro. Com mentiras e injurias inflamadas, Bolsonaro partiu para cima do seu principal adversário, que reagiu com galhardia e até partiu em socorro das mulheres ofendidas, muito embora não tenha tido o mesmo tratamento. Os debates e entrevistas no âmbito presidencial estão aí e a única estratégia de Bolsonaro é participar de todas elas para poder tirar um pouco da vantagem do petista e ao mesmo tempo agradar o seu eleitorado fanático. Não tem jeito, se correr o Lula pega se ficar inerte, Lula ganha as eleições em primeiro turno e com longa e histórica vantagem de votos. Esse é o quadro que está se desenhando. O Brasil tem pressa de tirar Bolsonaro e voltar a ter esperança com Lula de novo na presidência.
CLOVIS DEITOS 26 de agosto de 2022 19h02
Análise sensata, como sempre faz Coimbra.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.