Opinião

Atrapalhado com coisas simples, o que será do Brasil numa pandemia?

Aqui se discute preservação da vida, através de isolamento social, versus necessidade de trabalho para sustento das famílias

Presidente Jair Bolsonaro participa de manifestações - Foto: AFP
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Estranha esta Federação de Corporações, Brasil. Se atrapalha com as coisas mais simples, como poderá lidar, então com uma pandemia?

Em 2002, ele apareceu na China, porém com menor letalidade. Tem uma característica, se transmutar e ganhar maior potência de fatalidade.

Desde o final do ano passado, já havia notícia da covid-19, daí o número na sequência do nome da doença. Somente em março deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS), determinou a doença passar de uma epidemia para uma pandemia.

O planeta bobeou, países mais, outros menos, exceção ao sempre distraído Brasil, que discute preservação da vida, através de isolamento social e quarentena, versus necessidade de trabalho para sustento das famílias. Isto, liderado por um Regente Insano Primeiro (RIP) que, recentemente, expôs a si mesmo e a seus fanáticos acólitos, para obter selfies pelas ruas do Planalto.

Sua burrice e de quem o aconselha são crassas. A TV Globo, em 31/03, passou o dia demonstrando a distorção que RIP fez das declarações do diretor-geral da OMS, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, a favor do isolamento e da ajuda dos governos às populações mais favoráveis. Atenção: ajudas bancadas pelas burras dos governos mundiais, que há décadas de desregulamentação financeira, tudo repassam aos rentistas e pouco aos serviços não financeiros, comércio e indústria.

Cansa-me escrever ou falar desse ex-capitão, inativo há quase três décadas, homofóbico, racista, sem qualificação nem mesmo para entender a liturgia para o cargo, para o qual foi eleito, por, sequência, golpe de Estado, prisão sem provas de seu maior concorrente, “fakeada” para impedi-lo debater com candidatos letrados, e falsificação de notícias para enganar os ingênuos carneiros que aqui habitam.

Escrevo no dia em que faz 56 anos que o Brasil decidiu abandonar a democracia. Assim ficou por 21 anos para, depois, se destrambelhar entre governos que olhavam a desigualdade social e outros não. Como a decisão depende de pouca literatura histórica, deixo a vocês a cor da bandeira e o desenlace atual.

Não sei se este artigo subirá no site de CartaCapital amanhã, tanta coisa mais importante há. Caso positivo, celebraremos juntos o dia da mentira. Ou serão os 25 anos da mentira. Façam as contas.

Repararam que não analisei o agronegócio brasileiro diante da ameaça da covid-19? Creio já tê-lo feito na coluna anterior.

Pouco mudou. Mais preocupante os transportes. A produção está feita e consolidada. Na próxima coluna volto ao tema central.

Inté!

Nota-jabá: A cada dois dias, estou fazendo uma locução ao vivo sobre agronegócios na página da Biocampo Desenvolvimento Agrícola, no Facebook. Tudo precário. Vou melhorar. Não sei pedir nem que me sigam ou alguém que patrocine. Só vivo das consultorias que dou às empresas, corretamente sustentáveis, que produzem e vendem para o campo. Isto, há 45 anos. Do que escrevo, só ganho paixão pela minha paixão, e reconhecimento de uns poucos, mas amados, leitores. Ficarei honrado com as suas presenças lá. Sugestões sempre serão aceitas, assim como respostas. Assim continuaria a ser se CartaCapital e GGN, ainda tivessem essa ferramenta de debate. Abraços.

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