O Supremo Tribunal Federal alcançou o núcleo antidemocrático do governo Bolsonaro e o 8 de Janeiro começa a delinear-se como o ápice de um processo de erosão da democracia, a contar com a mobilização ativa de integrantes do alto escalão da administração federal e das Forças Armadas. As reações bolsonaristas não tardaram. Em tom acusatório, repetindo o brado da perseguição e da parcialidade do STF, Bolsonaro primeiro vitimizou-se, para depois convocar seu séquito para uma manifestação, cujo propósito não se mostra muito claro. Parece uma desesperada busca por apoio popular em face do agravamento das acusações de golpismo que pesam contra ele.
Da tribuna do Senado, Hamilton Mourão conclamou os militares a reagir ao que classificou de arbitrário e ilegal. Outras vozes aliadas foram ouvidas em manifestações nas redes ou inserções na imprensa. A defesa técnica de Bolsonaro também entrou em ação, ora reverberando, ora contraditando revelações das investigações e questões procedimentais da atuação do STF e, em particular, do ministro Alexandre de Moraes.
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