Aprendiz de ditador

A “Abin paralela” de Bolsonaro é um clássico exemplo de como os regimes autoritários costumam se estruturar à sombra do Estado formal

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Foto: Sergio Lima/AFP

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Todos os países têm órgãos de inteligência que não se limitam a colher e analisar informações, praticam também espionagem. Nos países democráticos, busca-se estabelecer algum tipo de controle sobre esses organismos, mas ele é sempre precário. Nos EUA existem duas dezenas de órgãos de inteligência. O mais conhecido é a CIA. Ela costuma operar no exterior e, frequentemente, é acusada de cometer crimes e vários tipos de violações e ilegalidades. O Comitê de Inteligência do Senado é o principal mecanismo de controle das atividades da CIA e de inteligência em geral.

No Brasil, tem-se a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), formada por integrantes da Câmara e do Senado. Além de fazer a fiscalização e o controle externo dos organismos que exercem essa atividade, a CCAI pode propor políticas de inteligência e contrainteligência e examinar a atuação do Executivo. O colegiado padece, porém, dos mesmos limites inerentes às capacidades de controle e fiscalização encontrados pelas suas similares em todas as democracias. Já nos regimes ditatoriais, essa capacidade de fiscalização e controle fica perto do zero.

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3 comentários

José Carlos Gama 2 de fevereiro de 2024 14h13
O termo incopentente na esfera de governo é ruim quando se quer promover políticas públicas competentes, porém logram ao contrário. Muitas politicas não pegaram, não vingram e só causaram disperdício de dinheiro público, considerado escasso para essa finalidade, mas não para renumerar os um por cento dos mais ricos do país. A incopetência bolsonarista permeiou do primeiro ao último dia dá sua gestão, nada se aproveitou ou se teve algo de bom os males, os escândalos, as incopetências causadas, sempre sobresairam - como carro chefe - a covid 19. Nas aulas de aprendiz para ditador só tirou nota zero, mereceu ficar de castigo por oito anos tomará que continue péssimo aprendiz, mesmo porque, a vida continua.
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 2 de fevereiro de 2024 18h06
O sonho do ex-capitão era retornar aos anos 70. Mas ele nunca leu Marx - e não sei se leu outra coisa fora dos manuais militares, dos boletins de seus quartéis ou do Noticiário do Exército - ou saberia que a História só se repete como tragédia ou como farsa. No caso da ABIn, tanto como uma, como outra. E tem quem defenda!
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 5 de fevereiro de 2024 02h05
O Mossad , KGB ou CIA Bolsonarista está sendo desnudada porque foi montada dentro da lógica terraplanista dentro do mais genuíno amadorismo de espionagem que se pode imaginar. Sabemos de todas as más intenções de Bolsonaro de se perpetuar no poder de maneira autoritária, corrupta e miliciana. Felizmente a incompetência e amadorismo do ex capitão e toda sua equipe deixaram rastros que a Polícia Federal não deve ter muito trabalho em desvendar e desmantelar. Tendo como um dos seus artífices Carlos Bolsonaro com a ajuda do ex federal e atual deputado federal Alexandre Ramagem e até o general Heleno como operadores, parece tarefa fácil o enigma da espionagem paralela bolsonarista junto a ABIN. Tendo como chefe o então general Heleno que repassava informações oficiais e sigilosas para os operadores clandestinos. Fica patente as artimanhas criminosas do clã Bolsonaro e de seus colaboradores. Temos assim, mais crimes para colocar na conta do ex presidente, muito embora tenha deixado a desejar em relação aos seus ídolos Carlos Alberto Brilhante Ustra, Silvio Frota, Delegado Fleury, Strossner, Pinochet e cia.

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