Maria Rita Kehl

Opinião

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Antes que me cancelem

A convicção de que, para alguém se pronunciar sobre algum tema, precise estar chancelado por um “lugar de fala”, faria Voltaire se remexer no túmulo

Maria Rita Kehl - Imagem: Marcus Leoni/Folhapress
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Já fui “cancelada” uma vez. Por mais contraditório que pareça, foi no período em que integrei a Comissão Nacional da Verdade, aprovada no Congresso por empenho da então presidenta Dilma Rousseff. Correu um boato de que eu “não estaria interessada” na causa dos desaparecidos políticos. Um mal-entendido que explicarei logo abaixo. Demorei para “limpar minha ficha”.

Como fui indicada pelo MST, era lógico que coubesse a mim a pesquisa sobre as graves violações de direitos humanos entre as populações camponesas. No “pacote” vieram os indígenas: uma inclusão fundamental, dado o seu amplo genocídio ocorrido durante a ditadura. Assim, embora acompanhasse todas as audiências públicas dos militantes sobreviventes junto à CNV, eu não tinha tempo para também pesquisar. Foi em uma dessas audiências públicas que me dei conta do meu cancelamento.

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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