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Não deixa de ser histórica a análise, pela Corte de Haia, dos crimes de Israel em Gaza

Apesar de simbólica, a apreciação da denúncia de genocídio contra os palestinos abre uma fissura na proteção do Ocidente a Israel – Imagem: Arquivo/Tribunal Penal Internacional

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A Corte Internacional de Justiça iniciou audiência histórica para determinar se os ataques de Israel na Faixa de Gaza podem ser qualificados como crimes de genocídio. A África do Sul alega que Israel violou a Convenção sobre Genocídio de 1948, pois suas ações, conectadas às declarações públicas de autoridades militares e políticas, demonstram a “intenção de provocar a destruição de uma parte substancial” da população palestina em Gaza. Israel, por sua vez, alega exercer seu direito fundamental de autodefesa de acordo com a lei internacional.

Logo após os terríveis massacres cometidos pelo Hamas, além de impor bloqueio total à Faixa de Gaza, cortando eletricidade, água, combustível e alimentos para uma população de 2,2 milhões de habitantes (metade crianças), Israel iniciou um intenso bombardeio que dura mais de cem dias. Até o momento, foram contabilizadas mais de 24 mil mortes (10 mil crianças), com deslocamento forçado de 85% da população em situação precária de fome severa e risco crescente de morte em massa por doenças.

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3 comentários

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 21 de janeiro de 2024 06h23
De fato, caro professor, a petição da África do Sul contra o genocídio que o Estado de Israel comete na faixa de Gaza contra a população indefesa, na maioria crianças, é um alento na luta contra esse tipo de nova incursão neocolonial. E o presidente Lula está, mais uma vez, de parabéns em apoiar essa carta. Apesar de sabermos de antemão que não se deve confiar no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral da ONU. Somente pessoas desprovidas de caráter podem apoiar tal desatino cometido por um Estado contra toda uma nação indefesa, sob o pretexto de aniquilar um grupo “terrorista”, o Hamas. O fato é que se Israel continuar e os Estados Unidos e a ONU ficarem de braços cruzados, o ódio irá aumentar e o preço a pagar será alto, tanto pelos países que esboçam neutralidade como os que apoiam as atrocidades do Estado de Israel. O apartheid sofrido no país africano serve como referência e autoridade para impedir que outro tipo de discriminação aconteça em outro canto do mundo: o Genocídio praticado pelo Estado de Israel contra a população indefesa palestina da faixa de Gaza.
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 22 de janeiro de 2024 10h50
Os ecos da rua Mila ainda reverberam…
José Carlos Gama 23 de janeiro de 2024 12h57
A petiçao africana é o instrumento mais sensato contra o que esta acontecendo nos territórios palestinos e em especial na faixa de caza. É uma oportunidade dada a ONU para tentar ser mais independente do julgo americano e europeo, fato esse, esperado pelo resto do mundo.

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