A utilidade do útil

As lições de Norberto Bobbio, o Estado de Bem-Estar Social e a “agenda perdida” do Brasil

Diretas-Já, outro percalço na caminhada tortuosa do País. Bobbio apontava os caminhos da social-democracia - Imagem: Paola Agosti e Geraldo Guimarães/Estadão Conteúdo

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Sexta-feira, 23 de setembro. Ao som dos estampidos das armas bolsonaristas que miram as cabeças, troncos e membros dos cidadãos adversários, recebo um telefonema do amigo José Serra. O senador, ex-candidato à Presidência e ex-governador de São Paulo solicitava minha assinatura em manifesto de apoio à sua caminhada para conquistar uma cadeira na Câmara Federal.

Aceitei, não por nossa amizade, mas em respeito aos princípios declarados na véspera, 22 de setembro, por Fernando Henrique Cardoso na nota publicada nas redes sociais: “Peço aos eleitores que votem no dia 2 de outubro em quem tem compromisso com o combate à pobreza e à desigualdade, defende direitos iguais para todos independentemente da raça, gênero e orientação sexual, se orgulha da diversidade cultural da nação brasileira, valoriza a educação e a ciência e está empenhado na preservação de nosso patrimônio ambiental, no fortalecimento das instituições que asseguram nossas liberdades e no restabelecimento do papel histórico do Brasil no cenário internacional”.

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 4 de outubro de 2022 16h47
Na visão de Norberto Bobbio a esquerda, a maioria das desigualdades podem ser eliminadas ou diminuídas, enquanto, para a direita, a maioria dessas desigualdades são naturais e, portanto, não elimináveis. Para Bobbio, a esquerda é mais inclusiva a. a direita , mais excludente. A terceira via é uma alternativa ou do terceiro excluído. Parece que a terceira via no Brasil é uma utopia não realizável, pois o centro está mais à direita. O problema é a extrema direita que deseja a exclusão total, a desigualdade máxima com a violência, um meio a ser utilizável a combater a esquerda e a desigualdade. Em São Paulo preferiram descartar um senador como Márcio França ou José Serra, preferiram o astronauta bolsonarista Marcos Pontes. No Paraná, excluíram o veterano Álvaro Dias, preferiram Sérgio Moro, o paladino da Farsa Jato e do pacote anticrime, que no origina, se pretendia retirar até o habeas corpus. Neste primeiro turno, nem a esquerda, nem a direita, muito menos a terceira via venceu, quem ganhou foi a extrema direita. Lula vai ter trabalho.

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