A tragédia da oposição

O destempero de Bolsonaro ou a mediocridade de Moro? Esta sim é uma escolha difícil

O ex-juiz Sergio Moro e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: EVARISTO SÁ/AFP

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Bem-vistas as coisas, a desgraça da direita brasileira é a mediocridade de Sergio Moro e o radicalismo destemperado de Jair Bolsonaro. Um e outro, cada um à sua maneira, afastam os eleitores moderados, preocupados não com a ideologia, mas com a boa governança. O drama da direita política é que quanto mais se fala do regresso de Bolsonaro e das pantomimas de Moro menos condições tem de fazer aquilo que é o seu principal dever: construir uma alternativa política sólida, inspiradora e mobilizadora ao governo Lula.

Bolsonaro ameaça todas as semanas desembarcar na cena política brasileira com a única preocupação de defender a liderança social que lhe deu 49% dos votos nas últimas eleições. Todavia, apesar de não parecer, essa votação representa uma maldição para a direita – é insuficiente para ganhar futuras eleições e é demasiado expressiva para obrigar a mudar a liderança. Por um lado, não dá para ganhar as próximas eleições porque está bem de ver que o extremismo de direita afasta o centro político, decisivo para constituir uma maioria eleitoral. Por outro, não dá para promover uma mudança na liderança porque a direita brasileira parece ainda demasiado encantada com a nostalgia da ditadura e demasiado ressentida com os avanços na igualdade social das últimas décadas. Seja como for, o mal dos dirigentes da direita brasileira é que não se conseguem ver livres de Bolsonaro – não sei se é porque não querem ou se é porque não podem.

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1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 2 de abril de 2023 03h55
Moro é de fato um homem medíocre, pequeno, obsceno, pueril, oportunista, hipócrita e cruel. Cruel sim, porque fez tudo para condenar um inocente utilizando artimanhas que foram descobertas na sequência dos acontecimentos políticos e históricos recentes. Moro foi tão oportunista que renunciou a magistratura se prestando a ser ministro daquele que favoreceu nas eleições de 2018. Depois não suportando a pressão de seu chefe, diante da sua vaidade, renunciou ao cargo enganando a tudo e a todos, até ao seu padrinho Álvaro Dias, se tornando senador pelo Paraná. Como bem disse o ministro do STF Gilmar Mendes: o que a OAB, a justiça Federal e outras instituições deveriam fazer uma mea culpa, o que foi feito de errado para se contratar um juiz como Moro, que prova se faz para se permitir que o sujeito escreva, ‘conje’ e que tenha uma concepção fascista do Processo Penal, sendo ele um juiz mal escolhido, mal formado, que não sabe processo, sem uma noção mínima...”. Já Bolsonaro é o extremismo de direita que não tem o que dizer a não ser ódio contra o outro. Infelizmente, quase metade do eleitorado brasileiro se identifica com esses dois e a própria direita se caricatura nessas duas figuras que posemos dizer que foram as piores que já surgiram na história da República brasileira.

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