Luiz Gonzaga Belluzzo
[email protected]Economista e professor, consultor editorial de CartaCapital.
Os deserdados da civilidade simulam retidão moral para praticar as brutalidades dos ‘homens de bem’
O magnífico projeto iluminista-burguês da liberdade, igualdade e fraternidade está fazendo água. Não podemos colher outro ensinamento das imprecações agressivas de Jair Bolsonaro contra os ministros do STF. Ao apontar sua garrucha velha e enferrujada para Alexandre de Moraes ou Luís Roberto Barroso, Bolsonaro não pretende atingir as pessoas dos ministros, mas, sim, a instituição STF.
No mesmo diapasão, seus fanáticos, ignaros e ressentidos apoiadores pretextam combater o “comunismo”, mas, na verdade, buscam destruir as instituições que acompanharam a formação do Estado Moderno ao longo de séculos. O propósito é substituir a civilização pelas regras das sociedades das cavernas.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
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