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Opinião

A pesquisa científica e a promoção dos direitos humanos

Em parceria inédita, a Unicamp e o Instituto Vladimir Herzog premiarão profissionais e pesquisadores que contribuem com os direitos humanos

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por Marcelo Knobel e Rogério Sottili 

Em 1948, era claro para os relatores da Declaração Universal dos Direitos Humanos que sua eficácia dependia de processos educativos abrangentes e continuados. Assim, seu preâmbulo contém o apelo para que indivíduos e todos os órgãos da sociedade “se esforcem, através do ensino e da educação, para desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e promover, através de medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universal e efetiva”.

A despeito disso, apenas em 2005 a ONU começou a executar um Plano Mundial de Educação em Direitos Humanos voltado para o incentivo ao conhecimento e desenvolvimento de habilidades; ao cultivo de valores, atitudes e comportamentos e à realização de ações em todas as esferas da educação formal e informal.

O Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos resultante da parceria entre a Unicamp e o Instituto Vladimir Herzog é uma resposta que a universidade e a sociedade apresentam a esse contexto de promoção da cultura dos direitos que conta entre seus resultados no Brasil, a discussão e criação de um Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos.

A crise atual (sanitária, econômica, ecológica e política), que aumenta a vulnerabilidade social ao redor do planeta, torna esse movimento de conscientização sobre a importância de se pensar o mundo à luz da cultura dos direitos ainda mais urgente.

Ao formar lideranças e produzir pesquisa as universidades devem se situar na linha de frente da defesa dos direitos humanos. As universidades públicas têm um papel ainda mais relevante na medida em que a pesquisa, financiada por recursos públicos, deve também atender ao bem estar e aos interesses da sociedade, em consonância com as políticas de diversidade, inclusão e equidade. A fim de que as mudanças necessárias à superação dessas mazelas resultem de escolhas comprometidas com o respeito à dignidade humana, precisamos valorizar a ciência solidária com a vida e o planeta.

O Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos Unicamp-Vladimir Herzog pretende apoiar, dentro e fora da universidade, o desenvolvimento dessa consciência essencial para o enfrentamento dos grandes desafios mundiais com respostas conceituais, tecnológicas e políticas comprometidas com a cultura dos direitos humanos.

Reconhecendo o protagonismo dos jovens na construção dessa cultura, o prêmio se destina a pesquisadores de Iniciação Científica, Mestrado e de Doutorado que tenham realizado pesquisas relacionadas com a temática do prêmio. Nesta primeira edição, o prêmio se destina a estudantes das três universidades públicas paulistas (Unicamp, USP e Unesp) que encerraram seus trabalhos no ano de 2020.

A premiação abrange a todas as áreas do saber, organizadas em 4 categorias: ciências exatas e tecnologia; ciências naturais, da saúde e meio ambiente; ciências sociais e educação; ciências da comunicação e linguagem. O prêmio também pretende inspirar os jovens reconhecendo três acadêmicos ou grupos de pesquisa que contribuíram de forma significativa para a pesquisa e para os direitos humanos no Brasil.

Por meio desta parceria inédita, a Unicamp e o Instituto Vladimir Herzog têm como objetivo incentivar profissionais e pesquisadores a contribuírem na luta e conscientização pelos direitos humanos, tão necessários no momento histórico que estamos vivendo. A pesquisa científica tem um papel fundamental na promoção da cidadania, para que possamos seguir sonhando com um futuro mais sustentável, mais justo, e menos desigual.

Marcelo Knobel – reitor da Unicamp
Rogério Sottili – Diretor Executivo do Instituto Vladimir Herzog

Mais detalhes sobre o prêmio, clique aqui. As inscrições abertas até 31 de janeiro.

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