Desde que surgiu, a Covid-19 tem se caracterizado por um comportamento inusitado, que afronta consensos científicos e técnicos até então estabelecidos e exige de gestores, cientistas e profissionais de saúde um enorme esforço para atualizar e qualificar rapidamente as práticas destinadas ao cuidado dos enfermos e de saúde pública. Neste cenário de incertezas, duas tendências inaceitáveis se repetem no País desde fevereiro de 2020, quando se registrou o primeiro caso da doença.
A primeira é desconsiderar a “janela de oportunidades” que a antecipação da ocorrência dos eventos nos países do Hemisfério Norte em 30 a 45 dias nos proporciona. Se tivéssemos aproveitado para compreender melhor as tendências epidemiológicas e a eficácia das práticas de controle utilizadas para enfrentar a Covid-19, poderíamos ter poupado milhares de vidas no Brasil, antecipando a adoção de medidas exitosas ou descartando as ineficazes ou mesmo deletérias. A segunda é a reiterada postura do governo federal em protelar ou boicotar a adoção de medidas que poderiam proteger os brasileiros.
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