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A era das negociações

O mundo das compras e vendas do futebol está cada vez mais agitado e contempla desde nomes consagrados até garotos mal saídos do berço

A era das negociações
A era das negociações
A zagueira Mônica no treino da seleção brasileira feminina de futebol na Granja Comary. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Enquanto baixa a poeira da eliminação da Seleção feminina de futebol da Copa do Mundo, especula-se a permanência da treinadora sueca Pia Mariane Sundhage na direção técnica.

A saída “chocante” das brasileiras foi semelhante à dos brasileiros do Mundial do Catar
Com o passar do tempo de preparação, foi se desenvolvendo uma expectativa exagerada em torno da equipe feminina. Entramos todos na onda do alto investimento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Isso parece ter se tornado uma constante nos tempos atuais.

Os dirigentes do órgão máximo do futebol brasileiro têm se mostrado dispostos a não medir esforços não só na formação dos selecionados, como em promover o maior investimento possível em todas as disputas de todas as séries.

E o investimento deve dar-se tanto no futebol masculino quanto no feminino e, pelo visto, vai contemplar também todos os níveis das competições.

A maior prova disso é que a entidade acaba de anunciar a presença do VAR nas fases finais da Série D do Campeonato Brasileiro.

Temos acompanhado, além disso, uma grande disposição de se investir em nomes de peso para comandar as seleções.

A própria Bia demonstra isso. Ela era, quando foi contratada, considerada a mais capacitada para o posto, dados os títulos conquistados anteriormente.

Essa postura se repete na insistência em torno do nome do italiano Carlo Ancelotti para comandar a Seleção masculina. E olhar para o currículo forte para a contratação dos auxiliares.

O investimento em curso nos dá a ideia do quão significativa é a valorização do esporte profissional – o chamado esporte de alto rendimento – em todas as suas frentes.

Essa valorização se deve ao avanço da tecnologia, que permite transmissões em alto estilo, que mobilizam altos valores em direitos e publicidade.

Também não podemos desconsiderar o quanto o esporte serve de alento nestes tempos de tantas dificuldades sociais e políticas.

Nas discutidas diferenças dos calendários pelo mundo, enquanto na Europa o verão dá visibilidade a variados esportes, o futebol entra no período das transferências e pré-temporada.

Por estes lados, temos a Libertadores, a Sul-Americana, as Quartas de Final da Copa do Brasil e o Brasileirão terminando seu primeiro turno.

Nas valorizadas transações, vamos acompanhando mudanças interessantes nas formas de negociação, dada a maior participação e concorrência de americanos e árabes.

Além das disputas pelos craques que ampliam suas possibilidades profissionais – e aumentando a longevidade da carreira dos atletas mais destacados –, surgem novas competições, como a surpreendente Copa dos Campeões Árabes. A competição terá sua decisão neste fim de semana.
Nesse vaivém, o noticiário traz a boa-nova da transferência do extraordinário Iniesta do Japão para a Arábia. Montado em seus 39 anos, ele segue, de batuta na mão, imprimindo ritmo e equilíbrio por onde desfila.

Messi, seu discípulo e parceiro, já todos sabemos que se mandou para os Estados Unidos. E, depois deles, outros nomes de destaque começam a seguir para aquele rico país.

Na roda dos nomes das transferências, dois dos que mais repercutem são Neymar e MBappé. O destino desses dois expoentes é ainda uma incógnita, mas já é claramente afetado pela injeção do dinheiro árabe no futebol europeu.

De toda forma, o que tudo indica é que o jogador francês caminha para o Real Madrid, que procura sempre ter no seu elenco estrelado o jogador mais valorizado do momento.

Já o brasileiro, sem jogar há alguns meses por causa de uma lesão, não tem destino certo, mas sua saída do Paris Saint-Germain parece inevitável.

Em meio a toda essa movimentação, me parece curiosa a trajetória do misterioso Hazard, o melhor jogador da Copa-18, imediatamente levado para o Real Madrid, onde nunca conseguiu desenvolver sua carreira. Agora, se fala em sua provável contratação pelo Flamengo. ­Trata-se, sem dúvida, de um excelente driblador.

Na esteira dos grandes nomes, vão aparecendo as novidades desconhecidas do grande público, mas que vêm respaldadas pelo desenvolvimento espantoso dos scouts que produzem informações das novas revelações de craques – praticamente ainda no berço – nos mais distantes rincões do mundo. •

Publicado na edição n° 1272 de CartaCapital, em 16 de agosto de 2023.

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