Opinião
A era das fintechs?
Não é certo que os novos provedores de serviços financeiros vão, de fato, ampliar a concorrência no setor
Desde os longínquos tempos de Schumpeter e Keynes, até os mais recentes de Victoria Chick e Minsky, sabe-se quão inovadores são os bancos – seja pela própria história do desenvolvimento do setor, seja pelo papel-chave no financiamento da própria atividade inovativa. Enfim, os bancos são agentes schumpeterianos par excellence.
Talvez por não se enquadrarem entre os setores industriais intensivos em tecnologia, pouca ênfase, dentre os estudos de inovação e concorrência, tem se dado às inovações em processo do setor – aquelas que contribuem para o crescimento econômico de longo prazo, por financiarem a atividade produtiva. A maioria das análises apenas pincela (com o característico otimismo bobo) as possibilidades abertas pelas inovações, sem olhar para o que acontece em volta. Justamente aí pudemos contribuir, com o objetivo de não só descrever as trajetórias tecnológicas “4.0” e seus novos agentes, mas essencialmente defrontá-los às estratégias dos muitíssimo bem estabelecidos incumbentes do setor, a fim de entender como as condições competitivas podem (ou não) assegurar a permanência das bolas da vez, as fintechs. Nesse sentido, avanços e melhoras na regulamentação são uma recomendação de primeira ordem se o objetivo for, mais do que “integrar” os novos players à estrutura de mercado precedente, realmente lhes assegurar a liquidez e a solidez financeira necessárias.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
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