A direita avestruz

Como a ave terrestre, ela possui um estômago capaz de digerir todo tipo de porcaria. Mas não será tão fácil deglutir as esfarrapadas desculpas de Bolsonaro sobre as joias do governo saudita

Foto: Miguel SCHINCARIOL / AFP

Apoie Siga-nos no

Os diamantes das arábias são um bom momento para avaliar até onde vai a capacidade de engolir camelo dos bolsonaristas. O que estará pensando do chefe a vasta metade do País que votou em seu nome e que, a crer no que dizem as pesquisas recentes, continua a gostar e aprovar aquilo que combinaram chamar seu “trabalho”?

Convenhamos que é um camelo de todo tamanho. Não há, na história brasileira, um escândalo sequer remotamente semelhante: um presidente com a desfaçatez de querer se apoderar de uma maleta de diamantes e a cara de pau de fazer com que funcionários públicos e instituições se virem para satisfazer sua vontade. Talvez ache que as joias são dele por direito, mas isso não muda nada. Apenas o obriga a apresentar os motivos pelos quais, na sua opinião, o rei da Arábia Saudita gosta tanto dele. Não nos esqueçamos de que estamos falando de uma segunda maleta, pois há outra da qual o capitão já se apoderou, igualmente recheada de joias.

Leia essa matéria gratuitamente

Tenha acesso a conteúdos exclusivos, faça parte da newsletter gratuita de CartaCapital, salve suas matérias e artigos favoritos para ler quando quiser e leia esta matéria na integra. Cadastre-se!

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

1 comentário

PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 20 de março de 2023 00h44
Diante de tudo o que vimos e ouvimos, e ainda vamos ver, do período do governo Bolsonaro e pós Bolsonaro, podemos perguntar: Qual será a próxima falcatrua a ser descoberta de Bolsonaro e de pessoas ligadas a ele? E os seus eleitores e seguidores, que ainda o prestigiam e fingem que não sabem e negam o óbvio seja por questão de falsa moral ou de imoralismo mesmo. Porque continuam a ignorar todos os fatos flagrantemente vistos, documentados, gravados, revelados. O que os faz ignorar ou mesmo defender esse que é um dos políticos mais picaretas que já surgiu no cenário político brasileiro? Simplesmente, identificação psicológica e identificação moral com Bolsonaro. O seu eleitor e seguidor, nem todos os que votaram nele em outubro de 2022, mas os que continuam batendo na tecla do bolsonarismo apresentam uma identificação visceral tamanha com Bolsonaro, que mesmo que Bolsonaro seja preso e escorraçado dos Estado Unidos com um pedido do judiciário brasileiro de extradição, dirão que tudo é armação, uma espécie de orquestração de Joe Biden, Lula, Rede Globo, STF, Alexandre de Moraes, China, Cuba, Venezuela, Rússia para prejudicar o “mito”. Parece mesmo surreal, mas é essa a realidade do universo paralelo em que vivem esses energúmenos.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.