Drauzio Varella

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Médico cancerologista, foi um dos pioneiros no tratamento da AIDS no Brasil. Entre outras obras, é autor de "Estação Carandiru", livro vencedor do Prêmio Jabuti 2000 na categoria não-ficção, adaptado para o cinema em 2003.

Opinião

8 dicas sobre como agir com quem passa por um período de luto

Um pequeno, simples código de conduta a ser observado diante de uma situação constrangedora

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Lidar com pessoas que acabaram de perder entes queridos nos deixa inseguros. Que palavras usar para consolá-las? Como aproximar-se sem lhes invadir a privacidade nem desrespeitar seus sentimentos? A dificuldade de contato nos afasta e contribui para isolá-las do convívio social. O isolamento aumenta o risco de depressão, doença insidiosa que pode ter fim trágico.

A Harvard School of Medicine publicou um manual com o título Luto e Perda, no qual sugere medidas e gestos que podem trazer conforto a quem vive essa fase. Tomo a liberdade de resumi-lo:

1. Não tenha medo de mencionar  a pessoa falecida

Embora a simples menção possa provocar choro, ela não deixará o amigo mais triste. Dizer como você também sente falta da pessoa que se foi é muito melhor do que o formal “sinto muito”. É duro constatar que ninguém mais fala de quem você amou tanto.

2 Não pergunte “como você está?”

Parece descaso. Como você acha que a pessoa vai responder a uma pergunta tão impessoal? É melhor dizer “como você está se sentindo hoje?”

3 Dê esperança

É preciso cuidado para não parecer que você menospreza o sofrimento do outro. Dizer “seja forte” ou “não fique assim” ou “reaja” pode dar exatamente essa impressão e aumentar o isolamento. Procure palavras com o sentido da frase: “Você ainda ficará triste por um tempo que pode ser prolongado, mas você é forte e terá forças para encontrar o caminho”. Dessa forma estará afirmando que não existe solução fácil nem rápida, mas que a vida vai melhorar.

4 Procure a pessoa enlutada

Passados os primeiros dias ou semanas depois do funeral, os amigos geralmente se afastam. Entre em contato, telefone, visite, envie mensagens que expressem solidariedade e empatia. A pessoa pode dizer: “Foi a vontade de Deus”; “Foi melhor assim”; “Deus escreve certo por linhas tortas”, mas você jamais.

5 Ajude de verdade

Não basta dizer “se precisar de alguma coisa, conte comigo”. Você estará transferindo para a pessoa a responsabilidade do pedido de auxílio que ela pode estar relutante em solicitar. Tome a iniciativa de ajudar com os procedimentos legais, a papelada, as compras e a manutenção da casa.

“As lágrimas não choradas esperam em pequenos lagos?”, questionou Pablo Neruda

6 Leve refeições e lanches 

Muitas vezes as viúvas e, especialmente, os viúvos encontram dificuldade em preparar as refeições nas primeiras semanas de viuvez. Levar comida, orientá-los e ajudá-los a fazer as compras de supermercado pode ser muito útil.

7 Escute com atenção, em vez de aconselhar

Depois de uma grande perda, muita gente sente falta de falar sobre o acontecido, alguns chegam a contar a mesma história várias vezes. Seja paciente. Não tenha pressa em dar conselhos, aguarde até perceber que a pessoa deseja ouvi-los.

8 Evite julgamentos

É impossível avaliar no outro o sofrimento causado pela perda. A vida emocional da pessoa sofreu um impacto que poderá ser duradouro ou mesmo definitivo. Não considere fraqueza a demora na recuperação nem demonstre irritação diante da dificuldade dela em retomar a vida rotineira.

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