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Zona do Euro fecha acordo sobre nova ajuda à Grécia

Líderes afirmam que acordo é alcançado por unanimidade e que está tudo pronto para um terceiro programa de ajuda. Comissão Europeia assegura que Grécia fica no euro.

Alexis Tsipras, o primeiro-ministro grego, durante entrevista nesta segunda-feira 13. Atenas fica na Zona do Euro
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Os líderes da Zona do Euro chegaram a um acordo “unânime” sobre um terceiro pacote de resgate e um plano de reformas para a Grécia nesta segunda-feira 13, em Bruxelas, afirmaram vários participantes da reunião de cúpula.

Após cerca de 17 horas de discussão, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, confirmou o acordo e uma extensa agenda de compromissos para combater a crise na Grécia. Com isso está “tudo pronto” para um terceiro programa de apoio, por via do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), com “reformas sérias e apoio financeiro”, disse.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que, com o acordo, o “Grexit” (saída da Grécia do euro) foi evitado. Ele disse que um compromisso foi alcançado e que não há vencedores nem perdedores. Juncker ainda destacou que um programa de 35 bilhões de euros para estimular o crescimento e gerar empregos faz parte do compromisso.

Segundo o chefe do Eurogrupo (grupo dos ministros das Finanças dos países do euro), Jeroen Dijsselbloem, o Parlamento grego deve aprovar o pacote até esta quarta-feira, além de medidas individuais prioritárias. A aprovação de outros parlamentos nacionais, incluindo o alemão, também será necessária.

Depois, o Eurogrupo, na condição de representante do MEE, iniciará formalmente as negociações para o novo pacote de ajuda. Dijsselbloem disse esperar que isso aconteça até o fim desta semana.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, declarou que as vantagens se sobrepõem às desvantagens e pediu ao Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) que aprove o plano. Segundo ela, até esta quarta-feira a Grécia terá de implementar medidas prioritárias, incluindo mudanças no imposto sobre valor agregado (VAT) e o sistema de aposentadorias. Merkel afirmou que não haverá perdão da dívida.

Ela disse que os parceiros gregos e europeus ainda enfrentarão um caminho difícil para dar início ao terceiro pacote de resgate à Grécia. “O caminho será longo e, a julgar pelas negociações desta noite, difícil”, disse. Ela acrescentou que o pacote engloba entre 82 bilhões e 86 bilhões de euros para os próximos três anos e que mais de 25 bilhões de euros serão utilizados para recapitalização dos bancos gregos.

O presidente francês, François Hollande, destacou que a Grécia continua integrada à Zona do Euro. Ele disse que o parlamento grego deve se reunir em algumas horas para analisar e aprovar as reformas requeridas pelo plano. Para a Zona do Euro, perder a Grécia seria perder “o coração da nossa civilização”, afirmou Hollande.

O líder francês disse que, com o acordo, preservou-se a soberania grega. Ele elogiou a “corajosa escolha” do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, de aceitar um entendimento com os seus credores. Hollande acrescentou que a França tem sabido pensar na Europa e não apenas na França e destacou que, “se a Zona do Euro tivesse ouvido apenas uma voz, isso teria resultado na saída da Grécia do euro”.

Tsipras afirmou que o seu governo travou uma “batalha dura” durante seis meses e lutou até o final por um acordo que permitirá ao país se recuperar. “Enfrentamos dilemas difíceis. Assumimos a responsabilidade pela decisão para evitar a implementação de objetivos ainda mais extremos dos círculos ultraconservadores da União Europeia”, disse Tsipras no fim da cúpula, em Bruxelas. Segundo ele, o compromisso fechado inclui a reestruturação da dívida.

Os detalhes do acordo ainda não são conhecidos. Os mercados europeus reagiram positivamente ao anúncio de Tusk. O índice alemão DAX, o francês CAC e o Britânico FTSE tiveram alta de 0,6% a 1,4%. O índice dos bancos da zona do euro também teve alta de 1,5%.

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