Zelensky pede que países suspendam comércio com a Rússia e entrada de turistas russos

O presidente ucraniano instou os países a fazer a Rússia sentir 'o alto preço' de ter invadido a Ucrânia seis meses atrás

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Foto: Sergei Supinsky/AFP

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, pediu nesta quarta-feira 17 a suspensão do comércio com a Rússia e o impedimento da entrada de turistas do país, ao falar pela primeira vez à América Latina durante uma videoconferência organizada pela Universidade Católica do Chile.

Zelensky instou os países a fazer a Rússia sentir “o alto preço” de ter invadido a Ucrânia seis meses atrás. “É preciso cessar qualquer comércio com eles para que entendam o que significa uma guerra. Não permitir nenhuma ajuda para evitar as sanções. Não deixar que seus turistas venham a outros países”, declarou.

“Se eles amam tanto seu país e odeiam tanto outros países, deixem que tirem suas férias dentro do próprio país e que continuem apoiando sua autocracia”, acrescentou.

A intervenção virtual de Zelensky foi a primeira dirigida à América Latina. Em julho, os países do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – não cederam a palavra ao líder ucraniano durante uma cúpula do bloco em Asunción, por falta de consenso sobre seu pedido de participação.

“É importante para nós que os países da América Latina saibam a verdade e compartilhem essa verdade com outros”, enfatizou o presidente nesta quarta, referindo-se à ofensiva russa na Ucrânia.

Na América Latina, Cuba é um destino frequente para os viajantes russos. No começo de março, cerca de 6 mil russos foram evacuados da ilha caribenha pelo bloqueio internacional a aviões de seu país, devido às sanções contra Moscou.


Anteriormente, na República Dominicana, outros 14 mil turistas russos e 1,9 mil ucranianos ficaram retidos em meio à guerra entre os países.

Zelensky também denunciou que a Rússia tenta inibir o contato da Ucrânia com os países da América Latina e da África.

A América Latina e o Caribe destinam à Rússia, Ucrânia e Belarus, em média, apenas 0,6% de suas exportações, segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que aponta que Paraguai, Jamaica e Equador seriam os mais afetados por um possível fechamento desses mercados.

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