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Zelensky cancela presença em negociações com Rússia após ausência de Putin

O presidente ucraniano criticou a ausência do líder russo e a delegação considerada ‘de baixo escalão’ enviada para as negociações

Zelensky cancela presença em negociações com Rússia após ausência de Putin
Zelensky cancela presença em negociações com Rússia após ausência de Putin
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Foto: Phill Magakoe/AFP
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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, cancelou sua participação no encontro com a Rússia, que aconteceria nesta quinta-feira 15 em Istambul, na Turquia, para discutir um acordo de paz entre os países. Este seria o primeiro encontro direto entre os dois líderes desde o início da guerra, há mais de três anos.

A decisão de Zelensky ocorre após a Rússia anunciar que Vladimir Putin não participaria diretamente das negociações. Com a ausência, o líder ucraniano decidiu enviar uma delegação chefiada pelo ministro da Defesa, Rustem Umierov, para a reunião.

Em coletiva de imprensa em Ancara, também na Turquia, Zelensky destacou que não haveria “nada para fazer lá” com a ausência de Putin e que a atitude do presidente russo é vista como um desrespeito às negociações. “Sentimentos o desrespeito russo. O nível da delegação enviada é um desrespeito pessoal a mim, ao presidente Trump, ao secretário Marco Rubio e aos ministros turcos e ucranianos aqui presentes”, destacou.

A delegação enviada por Putin para participar das negociações diretas com a Ucrânia é composta apenas por oficiais de baixa patente e vice-ministros, grupo que Zelensky taxou de “decorativo” para o diálogo.

Em resposta, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova subiu o tom das ofensas. “Quem usa as palavras ‘pura fachada’? Um palhaço? Um fracassado?”, questionou.

Apesar de ter sido Vladimir Putin quem anunciou a reunião, e apesar da insistência de Zelensky em um encontro presencial, o presidente russo “não tem planos no momento” de viajar para a Turquia, admitiu o porta-voz russo, Dmitri Peskov, em comunicado nesta manhã.

A representação com nomes de baixa patente contrasta com a reunião de alto escalão que ocorreu na quarta-feira em Moscou para a preparação das próximas negociações, que conbtou com as presenças de Putin, seu ministro das Relações Exteriores e do comandante do Estado-Maior, entre outros.

A troca de farpas entre as lideranças gera dúvidas poucas horas antes da reunião que supostamente deveria iniciar um processo diplomático para encerrar o conflito, desencadeado pela invasão russa de fevereiro de 2022 e que provocou dezenas de milhares de mortos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tenta mediar o conflito desde o início de seu segundo mandato, disse nesta quinta-feira que “nada vai acontecer” no conflito entre os países até que ele possa se reunir com Putin.

“Não acredito que vai acontecer nada, gostem ou não, até que ele e eu nos reunamos”, disse Trump, durante a viagem do Catar para os Emirados Árabes Unidos, parte de sua visita ao Golfo.

O que cada país pede no acordo?

A Rússia exige que a Ucrânia renuncie ao processo de adesão à Otan e a garantia de que vai manter os territórios ucranianos anexados nos últimos três anos.

A Ucrânia, por sua vez, quer “garantias de segurança” ocidentais sólidas para evitar novos ataques russos e que o Exército de Moscou, que controla quase 20% do território ucraniano, se retire do país e abandone as terras ocupadas.

(Com informações da AFP)

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