Mundo

Zelensky anuncia reforma no governo da Ucrânia e escolhe Yulia Svyrydenko como premiê

A nova primeira-ministra faz parte de uma nova geração de líderes políticos do País

Zelensky anuncia reforma no governo da Ucrânia e escolhe Yulia Svyrydenko como premiê
Zelensky anuncia reforma no governo da Ucrânia e escolhe Yulia Svyrydenko como premiê
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Foto: Andreas Solaro/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou a reforma de seu governo, com a ambição declarada de dar nova vida ao país após mais de três anos e meio da invasão russa. Yulia Svyrydenko, figura-chave nas negociações do polêmico acordo sobre minerais alcançado com Washington, foi nomeada primeira-ministra.

Yulia Svyrydenko, de 39 anos, incorpora uma nova geração de líderes políticos que guiam a Ucrânia através das turbulências da guerra russo-ucraniana. Ela estava à frente da pasta da Economia desde novembro de 2021, apenas alguns meses antes do início da invasão russa em fevereiro de 2022.

Sua nomeação pelo presidente Volodymyr Zelensky foi ratificada nesta quinta-feira 17 pelo Parlamento ucraniano, que no mesmo dia aprovou uma grande reforma do governo. “É uma grande honra para mim liderar o governo da Ucrânia hoje”, escreveu a Svyrydenko nas redes sociais na quinta-feira, acrescentando que “a guerra não deixa espaço para atrasos. Devemos agir de forma rápida e decisiva”.

Graduada pela Universidade de Comércio e Economia de Kiev, a política se destacou este ano por desempenhar um papel central nas negociações com Washington sobre a exploração dos recursos naturais da Ucrânia. Os analistas concordam que ela conquistou o respeito dos parceiros dos EUA, inclusive de altos funcionários. “Trump e seu governo passaram a ser uma prioridade para a Ucrânia. Svyrydenko provou seu valor nesse nível e continuará a fazê-lo”, disse o analista político Volodymyr Fessenko.

As profundas discordâncias sobre essa questão quase causaram um rompimento entre Kiev e seu principal aliado militar. O acordo estava no centro da disputa entre Volodymyr Zelensky e o presidente norte-americano, Donald Trump, na Casa Branca em fevereiro.

Novos nomes no governo da Ucrânia

As nomeações devem incluir figuras leais a Zelensky, em um momento em que as negociações com Moscou estão em um impasse e os Estados Unidos prometem renovar o apoio a Kiev.

A especialista em Ucrânia, Annie Daubenton, autora de “Ukraine. L’indépendance à tout prix” (Ucrânia. Independência a qualquer preço, na tradução do francês), afirmou em entrevista à RFI nesta quinta-feira que a “reforma está sendo planejada há vários meses” e sugere que pode haver alguma interferência dos Estados Unidos no processo.

Segundo ela, “Zelensky havia considerado a possibilidade de substituir o primeiro-ministro Denys Shmyhal em várias ocasiões, sem realmente agir ou encontrar o momento certo”.

Annie Daubenton chama a atenção para a presença em Kiev de Keith Kellogg, enviado dos Estados Unidos responsável pelas questões do Oriente Médio. Segundo ela, o fato de o representante de Washington desembarcar na Ucrânia logo após o presidente norte-americano, Donald Trump, ter expressado publicamente desagrado com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre o conflito, não parece ser um acaso.

“Keith Kellogg estava em Kiev havia três dias. Não podemos afirmar que os americanos não se meteram diretamente na reforma do governo. Mas pelo menos no que diz respeito aos cargos de embaixador e ao novo impulso dado às relações ucraniano-americanas, é provável que Kellogg não seja totalmente alheio a isso”, analisa a especialista.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo