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Zelensky alerta para risco de ações ‘cruéis’ da Rússia nesta semana

A Ucrânia comemora em 24 de agosto sua independência da URSS em 1991, que este ano coincide com os seis meses da invasão russa

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Foto: STR/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE/AFP
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Poucos dias antes da Ucrânia marcar o aniversário de sua independência, coincidindo com seis meses da invasão russa, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky alertou que Moscou poderia fazer algo particularmente “cruel” esta semana.

“A Rússia poderia se esforçar para fazer algo particularmente repugnante e cruel”, disse Zelensky durante seu discurso diário no sábado.

A Ucrânia comemora em 24 de agosto sua independência da URSS em 1991, que este ano coincide com os seis meses da invasão russa, que causou dezenas de milhares de mortes e destruição em massa no país.

O presidente destacou que um dos “objetivos-chave do inimigo” era humilhá-los e “gerar depressão, medo e conflito”.

“Devemos ser fortes o suficiente para resistir a qualquer provocação” e “fazer os ocupantes pagarem por seu terror”, acrescentou.

Um assessor da Presidência, Mikhaílo Podoliak, alertou, por sua vez, que a Rússia pode intensificar seus bombardeios nos dias 23 e 24 de agosto.

“A Rússia é um Estado arcaico que vincula suas ações a certas datas, é uma espécie de obsessão. Eles nos odeiam e vão tentar aumentar… o número de bombardeios de nossas cidades, incluindo Kiev, com mísseis de cruzeiro”, disse ele, citado pela agência Interfax-Ucrânia.

“Vigilantes” 

Diante desses temores, as autoridades de Kiev anunciaram a proibição de qualquer manifestação pública de 22 a 25 de agosto na capital.

No sábado, o governador da região de Kharkiv (centro-leste) anunciou um longo toque de recolher de 23 a 25 de agosto.

“Vamos ser o mais vigilantes que pudermos durante o feriado de nossa independência”, argumentou o governador Oleg Synegubov no Telegram.

Soma-se a esse contexto tenso a morte no sábado de Daria Dugina, filha do ideólogo próximo ao Kremlin Alexander Dugin, em uma explosão de seu carro perto de Moscou, segundo o Comitê de Investigação da Rússia.

Até agora, ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque e as autoridades ucranianas negam estar por trás do assassinato.

“A Ucrânia não tem nada a ver com a explosão de ontem porque não somos um Estado criminoso”, disse Podoliak na televisão.

No sábado, um alto funcionário do serviço de inteligência ucraniano SBU também foi encontrado morto com ferimentos de bala em sua casa, segundo a promotoria.

Nakonechny chefiava a SBU na região de Kirovohrad desde janeiro de 2021. Nos últimos meses, vários altos funcionários da organização foram demitidos, incluindo o chefe, após acusações de Zelensky de que ele não estava fazendo o suficiente para proteger a agência de espiões russos.

Novos bombardeios

No terreno, a Rússia persiste na invasão. Depois de fracassar em sua tentativa de tomar Kiev, Moscou concentrou sua ofensiva no sul e no leste, onde tenta controlar a totalidade de Donbass, parcialmente ocupado por separatistas pró-russos desde 2014.

Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk, que junto com Luhansk forma o Donbass, informou no domingo que quatro pessoas morreram e duas ficaram feridas no dia anterior pelos russos.

As forças russas intensificaram no domingo seus ataques terrestres e bombardeios ao longo de todo o front, de acordo com o relatório matinal do Estado-Maior ucraniano.

Entre as cidades bombardeadas estão Nikopol e Marganets, em frente à usina nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pelos russos, disse a fonte.

As forças russas também conseguiram ocupar uma parte da cidade de Blagodatne, 35 km a leste de Mykolaiv (sul), afirmou o exército ucraniano no Facebook.

A Rússia também bombardeia outras partes do território. Um exemplo é Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, que tem sido alvo de constantes ataques desde o início da invasão.

Uma mulher morreu e duas pessoas ficaram feridas desde sábado à noite em novos bombardeios russos naquela região, informou a promotoria regional.

Mais ao sul, na região de Odessa, o porta-voz da administração regional Sergei Brachuk informou que cinco mísseis de cruzeiro russos do tipo Kalibr foram lançados do Mar Negro. Três atingiram um silo no porto sem deixar vítimas.

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