Mundo

Zelensky afirma estar disposto a ter conversas diretas com Putin

Kiev teme que a ajuda americana se esgote, já que Donald Trump criticou esse gasto durante sua campanha

Zelensky afirma estar disposto a ter conversas diretas com Putin
Zelensky afirma estar disposto a ter conversas diretas com Putin
Os presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia). Imagem: Presidência da Ucrânia e Alexander Kazakov/Pool/AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou em uma entrevista difundida nesta terça-feira 4 estar disposto a manter conversas diretas com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com outros participantes, para encerrar a guerra que começou há quase três anos com a invasão russa.

“Se esta é a única forma na qual podemos levar a paz aos cidadãos da Ucrânia e não perder gente, sem dúvida apostaremos por esta configuração”, declarou Zelensky ao jornalista britânico Piers Morgan, especificando que requisitará que outros “participantes” estejam presentes.

A entrevista foi difundida nesta terça-feira no canal do YouTube Piers Morgan Uncensored.

Zelensky não detalhou quem seriam os outros participantes, mas Morgan mencionou a hipótese de negociações entre Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e União Europeia.

A volta do republicano Donald Trump à Casa Branca em janeiro relançou as especulações sobre as conversas de paz para pôr fim à invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.

Durante muito tempo, Zelensky rejeitou a ideia de negociações e afirmou querer combater a Rússia no campo de batalha. Um decreto de outubro de 2022 descarta inclusive qualquer negociação enquanto Putin estiver no poder.

Mas a Ucrânia luta com dificuldades contra as tropas russas, que avançam no leste do país. Kiev também teme que a ajuda americana se esgote, já que Trump criticou esse gasto durante sua campanha.

As conversas de paz continuam sendo hipotéticas. Ainda não foram apresentados elementos concretos e as posições de Moscou e Kiev seguem muito distantes.

No fim de janeiro, Putin disse que estava aberto a negociar para pôr fim ao conflito na Ucrânia, mas rejeitou conversas diretas com Zelensky pois não via “vontade” de sua parte.

Se Zelensky “quiser participar das negociações, vou selecionar pessoas para que participem nas negociações”, disse Putin, classificando o chefe de Estado ucraniano de “ilegítimo”.

Zelensky insiste em que qualquer acordo de paz inclua garantias de segurança dos países do Ocidente para a Ucrânia.

A Rússia, por sua vez, pede a rendição da Ucrânia e que a ex-república soviética renuncie a fazer parte da Otan. Moscou também quer manter os territórios ucranianos que afirma ter anexado.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo