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‘Vou votar em Gabriel Boric’ no Chile, diz Michelle Bachelet

Mais de 15 milhões de chilenos são esperados nas urnas para escolher entre o esquerdista Boric e o candidato de extrema-direita Kast

A alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet Foto: Fabrice Coffrini/AFP
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A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, disse nesta terça-feira 14, de Santiago, que seu voto no segundo turno das eleições presidenciais do próximo domingo será no candidato de esquerda Gabriel Boric.

“Não dá no mesmo votar em qualquer candidato e, por isso, vou votar em Gabriel Boric e quero fazer um apelo a todos os meus compatriotas para irem votar”, disse a representante da ONU durante suas férias no Chile, por meio de um vídeo publicado por sua fundação, a Horizonte Cidadão.

Deputado da coalizão Aprovo Dignidade, formada também pela Frente Ampla e pelo Partido Comunista, Boric já havia antecipado, ontem à noite, no último debate presidencial antes do segundo turno de domingo, que havia conversado com a ex-presidente, em sua chegada ao país.

“Nos reunimos para conversar. Tivemos uma conversa muito boa”, confirmou Boric.

A viagem de Bachelet gerou polêmica na reta final da campanha, apesar da ex-presidente visitar regularmente o Chile nesta data.

Consultado em uma entrevista coletiva posterior, o deputado relatou que foi uma conversa “longa” sobre o “Chile, o mundo, o humano e o divino”, sem dar mais detalhes.

De férias

Uma fonte próxima a Bachelet confirmou à AFP que ela “está seu período legal de férias” e “dirige uma organização de direitos humanos, onde o primeiro direito é a liberdade de expressão”, diante das dúvidas sobre se sua posição na ONU lhe permite falar nesta área.

Bachelet chegou ao Chile no sábado para passar as festas de fim de ano com a família.

“Vim cumprir meu dever cívico, porque o que vai ser decidido no próximo domingo é fundamental. Ninguém pode ficar indiferente”, disse a presidente em um vídeo postado no Twitter.

“Eleger um presidente que garanta que nosso país possa realmente seguir um caminho de progresso para todos, um caminho de maior liberdade, igualdade e respeito aos direitos humanos”, acrescentou.

A coalizão de direita que apoia a candidatura de José Antonio Kast, um ultradireitista contra o aborto e casamento igualitário, reagiu ao apoio de Bachelet a Boric.

“Grande surpresa”, disse a prefeita do bairro Providencia, Evelyn Matthei, atual porta-voz do comando de Kast e que perdeu a eleição presidencial no segundo turno para Bachelet na eleição de 2013. “Vamos tirar o drama de tudo isso. Alguém tinha dúvidas de que iria votar nele?”, acrescentou.

Neste domingo, mais de 15 milhões de chilenos são esperados nas urnas para escolher, entre Boric e Kast, quem será o sucessor do conservador Sebastián Piñera. O voto não é obrigatório. No primeiro turno, a participação foi de apenas 47% do eleitorado.

Nas pesquisas divulgadas até 4 de dezembro, último dia permitido antes da votação, Boric derrota Kast por uma estreita margem.

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