Mundo
Viver para trabalhar?
Jovens se rebelam contra as excessivas jornadas na Coreia do Sul
“Trabalhar durante minhas férias e nos fins de semana tinha virado rotina”, diz Lee Sang-hyuk, ao descrever a cultura de horas extras na grande empresa farmacêutica para a qual trabalhava perto de Seul. “Aos poucos percebi que minha vida e minha saúde se deterioravam devido ao excesso de horas. Eu não tinha energia e negligenciei meus relacionamentos pessoais.” Sang-hyuk passou a sentir dores nas costas por passar muitas horas sentado à mesa e disse ter se tornado ansioso e letárgico. “Nas poucas vezes que consegui encontrar meus amigos, não pude nem aproveitar pois só pensava em trabalho. Achei que eu era o problema”, disse o homem de 35 anos.
O que Sang-hyuk fez em seguida teria parecido extraordinário para um empregado na Coreia do Sul, com sua cultura de longas jornadas de trabalho: pediu demissão. Sua história não é um caso isolado. Representa um movimento mais amplo a tomar forma na Coreia do Sul entre uma geração de jovens determinados que se rebelam contra o domínio sufocante da rígida cultura de trabalho do país. A “geração MZ”, como são chamados, abrangendo tanto a geração Z quanto os millennials, está no centro de uma potencial mudança geracional.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.