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Venezuela prepara ações judiciais contra quem participar de ‘venda forçada’ da Citgo

Filial da estatal PDVSA nos Estados Unidos, a empresa é alvo de um processo de venda autorizado por um tribunal americano

Venezuela prepara ações judiciais contra quem participar de ‘venda forçada’ da Citgo
Venezuela prepara ações judiciais contra quem participar de ‘venda forçada’ da Citgo
Ato com Nicolás Maduro em 14 de junho de 2024. Foto: Marcelo Garcia/Presidência Venezuelana/AFP
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O governo da Venezuela afirmou, nesta segunda-feira 17, que prepara ações judiciais contra quem participar da “venda forçada” da Citgo, sua petrolífera nos Estados Unidos que está na mira dos credores do país sul-americano.

Filial da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) nos Estados Unidos, a Citgo é alvo de um processo de venda, autorizado por um tribunal americano após as demandas de credores por expropriações e dívidas que superam os 20 bilhões de dólares (108 bilhões de reais, na cotação atual).

A operação está parada, pelo menos até agosto, por uma ordem do governo americano que impede os detentores de títulos de tomarem o controle de 50,1% das ações da empresa.

“A Venezuela reitera que não reconhece, nem reconhecerá a venda forçada da Citgo, que se realiza em flagrante desprezo das garantias econômicas, do devido processo e do direito à defesa garantidos por qualquer nação civilizada”, assinalou o governo venezuelano em comunicado difundido pela vice-presidente Delcy Rodrígudez.

Além disso, o governo assinalou que prepara “ações contra qualquer empresa ou indivíduo que adquira as ações, facilite a compra ou negocie com os ativos da Citgo, bem como contra os responsáveis pela desapropriação deste tão importante ativo”.

O governo do presidente Nicolás Maduro responsabiliza pela perda da Citgo opositores como Juan Guaidó, a quem os Estados Unidos consideraram, entre 2019 e 2023, o presidente da Venezuela após o não reconhecimento da reeleição do mandatário socialista.

Embora Maduro tenha perdido o controle da empresa, seu governo emitiu títulos da PDVSA em 2020 que davam 50,1% das ações da Citgo como garantia.

Normalmente, países e empresas públicas são consideradas entidades separadas, mas algumas companhias alegam que a PDVSA é um “alter ego” da Venezuela, por isso seria um ativo disponível para pagar compromissos da companhia estatal e da nação.

Os 20 bilhões de dólares que os credores reivindicam incluem as dívidas por esses títulos, bem como expropriações de ativos dos setores petrolífero e de mineração na Venezuela.

“A Venezuela e a PDVSA foram excluídas da venda judicial da Citgo e foram impedidas de defender seus direitos perante os tribunais americanos”, diz a nota oficial.

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