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Venezuela prende 50 pessoas em ofensiva contra dólar paralelo

A diferença entre a cotação oficial e a paralela começou a aumentar no segundo semestre do ano passado, após meses de estabilidade

Venezuela prende 50 pessoas em ofensiva contra dólar paralelo
Venezuela prende 50 pessoas em ofensiva contra dólar paralelo
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Foto: Pedro MATTEY / AFP
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A Venezuela soma 50 presos em uma ofensiva lançada por autoridades para tentar conter a alta do dólar no mercado paralelo. O Ministério Público anunciou, neste sábado 7, 26 novas prisões.

As operações começaram no mês passado, quando a moeda americana era negociada a quase 50% em relação à taxa oficial do Banco Central.

O dólar se tornou a moeda de fato na Venezuela em 2018, quando o governo de Nicolás Maduro descriminalizou informalmente o seu uso. Mas não houve uma dolarização formal, e o dólar oficial coexiste com o paralelo.

“Total de detidos por crimes econômicos e venda ilegal de moedas (…) 50”, disse à AFP o procurador-geral, Tarek William Saab, após anunciar as novas prisões.

A diferença de cotação entre o dólar oficial e no mercado negro começou a aumentar no segundo semestre do ano passado, após meses de estabilidade, e se agravou com a decisão dos Estados Unidos de reverter a flexibilização do embargo petroleiro no país, que também injetava divisas no mercado.

O governo venezuelano pediu medidas para acabar com o “dólar criminoso”, como chama a taxa de câmbio informal, em uma tentativa de conter os temores de retorno à hiperinflação e à recessão. Em meio às prisões, o comércio começou a exibir seus preços novamente em bolívar.

Apesar de dar sinais de recuperação, após uma queda de 80% do seu PIB, a Venezuela ainda enfrenta uma situação precária. Cerca de 7 milhões dos seus 30 milhões de habitantes deixaram o país, fugindo da crise econômica e política.

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