Mundo
Venezuela abre investigação penal contra María Corina Machado e Edmundo González
A apuração decorre de um documento no qual a dupla defende ‘a proclamação de González como presidente eleito da República’


O Ministério Público da Venezuela anunciou, nesta segunda-feira 5, a abertura de uma investigação penal contra María Corina Machado e Edmundo Gonzáles, as lideranças da oposição ao presidente Nicolás Maduro.
A apuração, confirmada pelo procurador-geral Tarek William Saab, decorre de um documento no qual a dupla defende “a proclamação de Edmundo González como presidente eleito da República”. O texto, assinado pelos dois opositores, foi ao ar nesta segunda.
Segundo o MP, o pronunciamento pode configurar os delitos de usurpação de funções, difusão de informação falsa para causar comoção, instigação a desobediência das leis, instigação a insurreição, associação criminosa e conspiração.
“O Ministério Público, como titular da ação penal, em seu dever de garantir a paz e a estabilidade no país, se manterá vigilante ante qualquer ato que implique a geração de violência na população ou que pretenda reeditar eventos que deixaram dolorosas feridas em toda a família venezuelana”, escreveu Saab, aliado de Maduro.
O Conselho Nacional Eleitoral ratificou na última sexta-feira 2 a vitória de Maduro sobre González por 51,9% a 43% dos votos. A oposição, porém, não reconhece o resultado e alega fraude na contagem. Além disso, Estados Unidos e países da América Latina como Peru, Argentina, Uruguai, Equador, Costa Rica e Panamá rechaçaram o anúncio oficial.
No texto desta segunda, Corina e González também instaram os militares, alicerce do governo de Maduro, a se colocarem “ao lado do povo”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Edmundo González se autoproclama presidente da Venezuela e pede a ajuda de militares
Por CartaCapital
Brasil chega a acordo e assume formalmente embaixadas da Argentina e do Peru na Venezuela
Por Wendal Carmo
Respeito pela soberania popular nos move a defender transparência na Venezuela, diz Lula no Chile
Por Wendal Carmo