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Veja as reações dos líderes mundiais ao tarifaço de Trump

Países rejeitaram as novas tarifas e exaltaram a importância do comércio internacional

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O presidente dos EUA, Donald Trump. Foto: Saul Loeb/AFP
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira 2 que vai impor ‘tarifas recíprocas’ a importações de uma série de países. A taxa para o Brasil será de 10%.

Em resposta, o governo brasileiro afirmou imposição unilateral de tarifa linear adicional de 10% ao Brasil com a alegação da necessidade de se restabelecer o equilíbrio e a reciprocidade comercial “não reflete a realidade”.

Outros países também já reagiram, rejeitando as novas tarifas e exaltando a importância do comércio internacional. Veja a repercussão internacional:

Brasil

“O governo brasileiro avalia todas as possibilidades de ação para assegurar a reciprocidade no comércio bilateral, inclusive recurso à Organização Mundial do Comércio, em defesa dos legítimos interesses nacionais”, disse uma nota conjunta do Ministério de Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Além disso, o Congresso aprovou por unanimidade um projeto que dá ao Executivo ferramentas para responder às barreiras comerciais de Trump. A Lei da Reciprocidade Econômica foi aprovada nesta quarta-feira pela Câmara dos Deputados, após passar pelo Senado no dia anterior.

China

O Ministério do Comércio pediu a Washington que “cancele imediatamente” as novas medidas, que, afirma, “colocam em perigo o desenvolvimento econômico mundial”. Também anunciou que adotará “contramedidas para preservar seus direitos e interesses”. Um porta-voz diplomático criticou “o protecionismo e o assédio” dos Estados Unidos e pediu uma solução das divergências econômicas e comerciais “por meio de consultas justas, respeitosas e recíprocas”.

Colômbia

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, publicou no X que as novas taxas americanas podem ser “um grande erro”. Seu país sofrerá um aumento tarifário de 10%.

Canadá

“Vamos combater essas tarifas com contramedidas”, alertou o premiê Mark Carney, para quem as taxas americanas “vão mudar fundamentalmente o sistema de comércio mundial” e afetar “diretamente milhões de canadenses”.

União Europeia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que as tarifas constituem um “duro golpe à economia mundial”. Também declarou que o bloco está “preparado para responder”, embora tenha assegurado que “não é tarde demais” para abrir negociações com Washington.

Alemanha

A indústria automobilística alemã alertou que os impostos americanos “só criarão perdedores”. “A União Europeia deve agir agora unida e com a força necessária, enquanto continua sinalizando sua disposição de negociar”, expressou a Associação Alemã da Indústria Automotiva.

França

O primeiro-ministro François Bayrou afirmou que as medidas de Trump são “uma catástrofe” tanto para a Europa como para os Estados Unidos.

Reino Unido

O ministro britânico do Comércio, Jonathan Reynolds, manifestou sua intenção de fechar um acordo comercial com os Estados Unidos, para, pelo menos, atenuar o impacto das tarifas de Trump, embora tenha advertido que seu país conta com “uma extensa gama de ferramentas” à disposição e que não hesitará “em agir”.

Itália

“A introdução de tarifas à União Europeia é uma medida que considero ruim e que não convém a nenhuma parte”, reagiu a primeira-ministra Giorgia Meloni, em redes sociais. “Farei tudo o que puder para trabalhar por um acordo com os Estados Unidos, a fim de evitar uma guerra comercial que, inevitavelmente, enfraquecerá o Ocidente, em benefício de outros atores globais.”

Espanha

O ministro da Economia, Carlos Cuerpo, considerou as medidas “injustas e injustificáveis”. Ele defendeu uma “solução negociada com os Estados Unidos”, mas destacou que a UE terá que responder se um acordo não for alcançado.

Japão

“Transmiti que as medidas tarifárias unilaterais adotadas pelos Estados Unidos são extremamente lamentáveis e pedi, novamente, (a Washington) para não aplicá-las ao Japão”, declarou o ministro japonês do Comércio, Yoji Muto.

Taiwan

O governo taiwanês “considerou que a decisão (americana) é muito pouco razoável e lamenta profundamente, e iniciará negociações sérias com os Estados Unidos”, disse a porta-voz do gabinete, Michelle Lee, ao comentar as tarifas de 32% sobre as exportações da ilha. A tarifa não inclui os semicondutores, um dos principais produtos exportados por Taiwan.

Austrália

“Essas tarifas não são inesperadas, mas, deixem-me ser claro: elas são totalmente injustificadas”, afirmou o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese. “Não são ato de um amigo.”

Tailândia

A primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra afirmou que seu governo tem um “plano forte” para responder às tarifas de 36% impostas por Trump às exportações de seu país.

(Com informações da AFP).

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