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União Europeia não reconhece Lukashenko como presidente de Belarus

‘Eleição de 9 de agosto não foi livre, nem igualitária’, declarou a UE

UNIÃO EUROPEIA NÃO RECONHECE ALEXANDRE LUKASHENKO COMO PRESIDENTE DE BELARUS. FOTO: ANDREI STASEVICH/AFP
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A União Europeia (UE) anunciou nesta quinta-feira 24 que não reconhece Alexander Lukashenko como presidente de Belarus. Em uma cerimônia secreta, ele tomou posse na véspera para o sexto mandato presidencial.

“A eleição de 9 de agosto não foi livre, nem igualitária. A União Europeia não reconhece os resultados falsos”, declarou, através de um comunicado, o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell. Segundo ele, a posse de 23 de setembro e o novo mandato de Lukashenko “não têm nenhuma legitimidade democrática e são contrários aos objetivos de amplos setores da população bielorrussa”.

O comunicado também afirma que a posição da União Europeia sobre a questão “é clara”. “Os cidadãos bielorrussos merecem o direito de serem representados por aqueles que escolherão livremente, através de novas eleições abertas, transparentes e críveis”, reiterou o chefe da diplomacia do bloco. “Diante da atual situação, a UE está revisando suas relações com Belarus”, completou, sem revelar detalhes.

Antes do anúncio da União Europeia, vários países já haviam manifestado sua oposição a considerar Lukashenko como presidente da Belarus. A Alemanha, os países bálticos, a Polônia e os Estados Unidos se recusaram, nas últimas horas, a aceitar sua legitimidade.

Nesta quinta-feira, Lukashenko minimizou o posicionamento de vários países sobre sua posse. “Eles gritam que não nos reconhecem. Vocês sabem, nunca pedimos para sermos reconhecidos, para reconhecerem nossas eleições, para reconhecerem nosso presidente reeleito”, afirmou, segundo a agência estatal Belta, referindo-se a si mesmo na primeira pessoa do plural.

Posse secreta

Lukashenko, cuja reeleição é questionada por grandes protestos nas ruas de Minsk desde agosto, prestou juramento de maneira inesperada na quarta-feira 23, em uma cerimônia mantida em sigilo, que só foi divulgada após o encerramento. O anúncio provocou uma nova manifestação da oposição em Minsk, ato reprimido com 364 detenções.

“Alexander Lukashenko prestou juramento no idioma bielorrusso, depois assinou o documento e a presidente da Comissão Eleitoral entregou o certificado de presidente da República de Belarus”, anunciou a agência estatal de notícias Belta, seguida pelo site da presidência.

Para os opositores e a imprensa independente, a cerimônia, que deveria acontecer até 9 de outubro, foi organizada em sigilo para não virar um novo catalisador de uma grande manifestação.

Sanções e punições

A UE preparou sanções contra 40 pessoas consideradas responsáveis pela repressão em Belarus e também examina a possibilidade de punições Lukashenko, de acordo com fontes diplomáticas. Mas a adoção das medidas exige a unanimidade dos Estados membros e o Chipre condiciona sua anuência à adoção de medidas para obrigar a Turquia a interromper a busca de gás nas águas de sua zona econômica.

Além disso, dois países da UE – Suécia e Finlândia – se negam a aprovar sanções contra Lukashenko para permitir a mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que será presidida pela Suécia, indicaram as mesmas fontes. A questão será discutida na reunião dos líderes do bloco, nos dias 1° e 2 de outubro, em Bruxelas.

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