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União Europeia diz que não reconhece ‘legitimidade democrática’ da reeleição de Maduro

Os ministros também discutiram a possibilidade de ampliar a lista de sanções a autoridades venezuelanas, mas não chegaram a um acordo

União Europeia diz que não reconhece ‘legitimidade democrática’ da reeleição de Maduro
União Europeia diz que não reconhece ‘legitimidade democrática’ da reeleição de Maduro
Foto: Pedro Rances Mattey/AFP
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O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse, nesta quinta-feira 29, que o bloco não reconhece a “legitimidade democrática” da reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela.

Maduro “continuará presidente, sim, de fato. Mas não reconhecemos legitimidade democrática baseada em resultados [eleitorais] que não podem ser verificados”, declarou Borrell ao final de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE.

O líder opositor venezuelano Edmundo González Urrutia, que alega ter vencido o pleito, se reuniu por videoconferência na quinta-feira 29 com ministros das Relações Exteriores da UE.

No último dia 5, o bloco europeu anunciou que não reconhecia os resultados da votação realizada pelos venezuelanos em 28 de julho.

“Consideramos que a vitória eleitoral que ele proclama não foi provada. E como não foi provada, não temos por que acreditar nela. E se eu não acredito que ele ganhou as eleições, não posso reconhecer a legitimidade democrática proporcionada pelas eleições”, declarou Borrell.

Diante do impasse, o alto representante para a política externa da UE declarou que o bloco “tem pedido repetidamente as atas [eleitorais]. Mas, um mês depois, não há esperança de que Maduro as apresente. É tarde demais para continuar pedindo isso”, declarou.

Os ministros europeus concordaram em não reconhecer a proclamada vitória eleitoral de Maduro, mas não houve unanimidade para atribuir o triunfo à oposição.

Sem acordo sobre sanções

De acordo com uma fonte diplomática, os países decidiram “intensificar o diálogo com os atores regionais, especialmente com Brasil e Colômbia”.

Em relação à Venezuela, Borrell lembrou que, “na vida diplomática, os governos não são reconhecidos, mas sim os Estados”.

“Temos embaixada na Venezuela. Temos embaixada na Nicarágua. Você acredita que reconhecemos a legitimidade democrática do senhor [Daniel] Ortega? Não. Mas temos embaixadas e interagimos”, afirmou.

Os ministros também discutiram a possibilidade de ampliar a lista de sanções a autoridades venezuelanas, mas não chegaram a um acordo.

“Temos 55 figuras políticas da Venezuela já sancionadas. Entre elas a vice-presidente […] e aquele que hoje é o ministro do Interior. Ou seja, já chegamos quase à cúpula mais alta”, declarou.

A UE tem prevista uma reunião com os países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em 2025, na Colômbia.

De acordo com Borrell, o bloco europeu não pode determinar quem será convidado ou não para a cúpula. “A Celac convida quem ela acha que quer convidar. Nós não decidimos quem deve ser convidado ou não”, afirmou.

Maduro não esteve presente na última cúpula UE-Celac no ano passado em Bruxelas e foi representado pela vice-presidente Delcy Rodríguez.

(Com informações da AFP).

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