Mundo
Um réu inconveniente
Ex-mordomo do papa denuncia maus-tratos e “sugestões” da cúpula da Igreja


Mesmo realizado quase em segredo (só quatro jornalistas são autorizados a permanecer no tribunal) e a toque de caixa, o julgamento do ex-mordomo Paolo Gabriele, que deve terminar no sábado 6, proporcionou momentos suculentos. O teor dos mais de mil documentos encontrados em seu poder, muitos deles com a anotação “a ser destruído” do próprio punho de Ratzinger, indica que o Vaticano leva a sério e está profundamente preocupado com o envolvimento de seu pessoal e o de seu banco com espionagem, crime organizado e com o assassinato de Roberto Calvi, em 1982.
Além disso, Gabriele denunciou maus-tratos pela guarda vaticana, que o manteve por três semanas em uma cela com luz acesa 24 horas por dia, sem travesseiro ou espaço suficiente para esticar os braços. Disse que a ignorância do papa, que lhe fazia perguntas sobre assuntos sobre os quais deveria estar informado, o teria convencido da necessidade de divulgar documentos que mostrariam como Bento XVI era manipulado e deu a entender que trocava confidências com dois cardeais, Paolo Sardi e Angelo Comastri, e com o bispo Francesco Cavina.
Os observadores mais próximos acreditam que o ex-mordomo será declarado culpado e condenado a quatro anos de prisão, mas, posteriormente, perdoado pelo papa, que não tem interesse em transformá-lo em um problema permanente. Ainda mais à véspera do sínodo que deverá reunir 200 bispos, em Roma, a partir de 7 de outubro.
Mesmo realizado quase em segredo (só quatro jornalistas são autorizados a permanecer no tribunal) e a toque de caixa, o julgamento do ex-mordomo Paolo Gabriele, que deve terminar no sábado 6, proporcionou momentos suculentos. O teor dos mais de mil documentos encontrados em seu poder, muitos deles com a anotação “a ser destruído” do próprio punho de Ratzinger, indica que o Vaticano leva a sério e está profundamente preocupado com o envolvimento de seu pessoal e o de seu banco com espionagem, crime organizado e com o assassinato de Roberto Calvi, em 1982.
Além disso, Gabriele denunciou maus-tratos pela guarda vaticana, que o manteve por três semanas em uma cela com luz acesa 24 horas por dia, sem travesseiro ou espaço suficiente para esticar os braços. Disse que a ignorância do papa, que lhe fazia perguntas sobre assuntos sobre os quais deveria estar informado, o teria convencido da necessidade de divulgar documentos que mostrariam como Bento XVI era manipulado e deu a entender que trocava confidências com dois cardeais, Paolo Sardi e Angelo Comastri, e com o bispo Francesco Cavina.
Os observadores mais próximos acreditam que o ex-mordomo será declarado culpado e condenado a quatro anos de prisão, mas, posteriormente, perdoado pelo papa, que não tem interesse em transformá-lo em um problema permanente. Ainda mais à véspera do sínodo que deverá reunir 200 bispos, em Roma, a partir de 7 de outubro.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.