Um degrau a mais

Boris Johnson não é um ponto fora da curva, mas o resultado da radicalização do Partido Conservador

Cume. Johnson, obrigado a renunciar ao cargo de primeiro-ministro, é extravagante e narcisista, mas representa o pensamento médio da legenda - Imagem: Andrew Parsons/N10 Downing Street

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Especialmente depois do caos dos últimos dias – e até mesmo, alguns diriam, do caos dos últimos anos – é fácil cair na armadilha de pensar que Boris Johnson é de alguma forma original entre os líderes conservadores. Isso pode ser verdade em relação ao seu caráter: sua extravagância, a tendência a desrespeitar as convenções e quebrar as regras, o narcisismo. Mas está longe de ser o caso quando se trata de suas ênfases políticas e sua estratégia eleitoral.

Johnson, de fato, é tanto uma culminação quanto uma aberração. Desde de Margaret Thatcher assumir a liderança, em 1975, o Partido Conservador tem se transformado, embora não necessariamente de forma linear, de uma organização convencional de centro-direita em uma que, em certos aspectos cruciais, se assemelha à direita radical populista. ­Johnson pode ter acelerado essa transformação, mas certamente não a iniciou.

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