Especialmente depois do caos dos últimos dias – e até mesmo, alguns diriam, do caos dos últimos anos – é fácil cair na armadilha de pensar que Boris Johnson é de alguma forma original entre os líderes conservadores. Isso pode ser verdade em relação ao seu caráter: sua extravagância, a tendência a desrespeitar as convenções e quebrar as regras, o narcisismo. Mas está longe de ser o caso quando se trata de suas ênfases políticas e sua estratégia eleitoral.
Johnson, de fato, é tanto uma culminação quanto uma aberração. Desde de Margaret Thatcher assumir a liderança, em 1975, o Partido Conservador tem se transformado, embora não necessariamente de forma linear, de uma organização convencional de centro-direita em uma que, em certos aspectos cruciais, se assemelha à direita radical populista. Johnson pode ter acelerado essa transformação, mas certamente não a iniciou.
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