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UE nega ‘dois pesos e duas medidas’ na acolhida a ucranianos e sírios

“Vamos garantir que a proteção que oferecemos (aos refugiados ucranianos) se torne um princípio universal dentro da UE”, prometeu o vice-presidente da Comissão

Depois do mar. Os refugiados buscam de forma desesperada a chance de reencontrar parentes, amigos e amores
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A União Europeia (UE) ofereceu a mesma ajuda para aqueles que fugiram da guerra na Síria e, agora, para as pessoas que deixam a Ucrânia pela invasão russa – declarou o vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, nesta sexta-feira (18).

“Oferecemos a todos (os refugiados ucranianos) um ‘status’ de proteção temporária que lhes dá acesso total e imediato a serviços de saúde, moradia e emprego apenas uma semana após o início da guerra”, disse Schinas à imprensa, em Istambul.

Ao ser questionado sobre o tratamento dado pela UE aos refugiados na crise migratória de 2015, quando a Europa recebeu mais de um milhão de pessoas, a maioria fugindo da guerra na Síria, o vice-presidente do Executivo comunitário assegurou que Bruxelas aplicou “exatamente a mesma abordagem”.

“Acho que cumprimos e não vejo nenhum padrão duplo nisso”, disse ele, alegando, no entanto, que a atual crise humanitária é “única” do ponto de vista dos europeus.

“Nesta ocasião, temos Estados-membros que fazem fronteira com a Ucrânia, motivo pelo qual fluxo está chegando diretamente à União Europeia”, relatou, insistindo em que, ainda assim, “os fundamentos continuam sendo exatamente os mesmos”.

Ele comentou ainda que os sírios que fugiram de seu país também tiveram a oportunidade solicitar asilo em solo europeu.

Em 2016, a UE assinou um acordo com Ancara que prevê o retorno, das ilhas gregas para a Turquia, de “imigrantes em situação irregular”. Prevê, ainda, apoio financeiro ao país para acolher refugiados.

Hoje, a Turquia abriga quase cinco milhões de refugiados em seu território, segundo um balanço oficial, e 4,1 milhões, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). A maioria é de nacionalidade síria.

No caso da invasão russa da Ucrânia deflagrada em 24 de fevereiro, mais de 3,1 milhões de pessoas já fugiram do país, segundo número divulgado ontem pelo Acnur. Deste total, mais de dois milhões se encontram na Polônia neste momento, informam o governo polonês.

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