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UE convence Hungria e anuncia acordo para novo pacote de ajuda à Ucrânia

Em dezembro, Orban conseguiu bloquear um acordo unânime sobre o pacote de ajuda, o que provocou a necessidade de convocar a reunião especial desta quinta-feira

Cinco países perderão os benefícios comerciais junto à União Europeia. Foto: Martti Kainulainen/AFP
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Os líderes da União europeia (UE) alcançaram um acordo nesta quinta-feira para um novo pacote de ajuda à Ucrânia de 50 bilhões de euros (R$ 267 bilhões), depois de superar o bloqueio insistente da Hungria.

“Isto garante um financiamento firme, previsível e de longo prazo para a Ucrânia. A UE está assumindo a liderança e responsabilidade no apoio à Ucrânia; sabemos o que está em jogo”, escreveu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na rede social X, em referência ao pacote.

“É muito importante que a decisão tenha sido tomada pelos 27 líderes, o que demonstra mais uma vez a sólida unidade da UE”, celebrou o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, a poucos dias do segundo aniversário da invasão russa.

“É um bom dia para a Europa”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enquanto a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, enfatizou que “a segurança da Ucrânia é a segurança da Europa”.

Bloqueio húngaro

Os líderes dos 27 países da UE tinham na agenda da reunião a tarefa de superar o bloqueio húngaro à ajuda para Kiev.

Porém, uma reunião entre Michel e Von der Leyen com o presidente da França, Emmanuel Macron, o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, preparou o caminho para um acordo antes do início formal do encontro de cúpula.

Orban usou o poder de veto ao pacote de ajuda à Ucrânia para obter, em troca, a liberação dos fundos europeus que correspondem a seu país e que a UE bloqueou por dúvidas sobre o Estado de Direito no país.

Em dezembro, Orban conseguiu bloquear um acordo unânime sobre o pacote de ajuda, o que provocou a necessidade de convocar a reunião especial desta quinta-feira.

Desde o fracasso da reunião de dezembro em Bruxelas, os negociadores da UE buscavam uma fórmula que permitisse superar o primeiro-ministro húngaro.

O grande pacote de ajuda aprovado é formado por 33 bilhões de euros em empréstimos a longo prazo e € 17 bilhões em garantias imediatas e transferências, durante um prazo de quatro anos, até 2027.

“De uma forma ou outra”

Ao chegar à reunião de Bruxelas, o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk – que já foi presidente do Conselho Europeu e conhece bem os corredores do poder em Bruxelas – disse que “de uma forma ou de outra encontraremos uma solução, com ou sem Orban”.

A frase de Tusk deu a entender que os líderes europeus estavam dispostos a seguir adiante, mesmo com a manutenção do veto da Hungria.

Na reunião, os chefes de Estado e de Governo também devem abordar os compromissos dos países da UE em termos de ajuda militar para a Ucrânia, em particular a entrega de munições.

Em março de 2023, a UE assumiu o compromisso de entregar um milhão de obuses à Ucrânia até ao final de março deste ano, mas na quarta-feira o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, admitiu que apenas 52% do que foi prometido deve ser entregue no prazo.

A reunião, no entanto, começa sobe a pressão de uma enorme manifestação de agricultores belgas, que bloquearam durante a madrugada as principais avenidas de Bruxelas com quase mil tratores e máquinas agrícolas. A polícia conseguiu manter o grupo afastado da sede das instituições europeias.

De acordo com a polícia, outros 200 tratores e equipamentos agrícolas estão na periferia de Bruxelas.

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