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Ucrânia promete ‘represálias’ a ataque russo que danificou catedral de Odessa, protegida pela Unesco

Em paralelo, Vladimir Putin, que se reúne neste domingo com o presidente bielorrusso, afirmou que a contraofensiva ucraniana lançada no início de junho ‘falhou’

Os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da Rússia, Vladimir Putin. Foto: Ludovic Marin e Grigory Sysoyev/AFP
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Regularmente alvo de ataques russos, Odessa, no Mar Negro, foi classificada no início deste ano pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. A cidade voltou a sofrer bombardeios durante a madrugada, que mataram dois civis e feriram outras 22 pessoas, incluindo pelo menos quatro crianças, segundo as autoridades ucranianas.

“Mísseis contra cidades pacíficas, contra prédios de apartamentos, uma catedral (…)”, reagiu o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “Definitivamente haverá represálias”, prometeu.

A Força Aérea ucraniana disse que conseguiu abater nove dos 19 mísseis disparados por Moscou. Mas os projéteis que não foram interceptados “causaram danos à infraestrutura portuária, em pelo menos seis residências, incluindo prédios de apartamentos”, disse o Exército, além da Catedral da Transfiguração, localizada no centro histórico de Odessa.

“Um crime de guerra que jamais será esquecido ou perdoado”, denunciou o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, referindo-se ao prédio protegido pela Unesco. A organização “condenou veementemente” na sexta-feira os ataques russos contra “vários museus” e prédios históricos no centro de Odessa, um porto estratégico para o trânsito marítimo da região que tem sofrido inúmeros ataques noturnos. Kiev acusa Moscou de atacar especificamente a infraestrutura portuária para impedir qualquer possível retomada das exportações de grãos ucranianos.

O Exército russo garante que visa apenas locais militares. No domingo, a instituição afirmou ter bombardeado locais onde “estavam em preparação atos terroristas contra a Rússia usando drones navais”.

Putin e Lukashenko se reencontram

Nesta manhã, os presidentes russo, Vladimir Putin, e bielorrusso, Alexander Lukashenko, um aliado leal de Moscou, iniciaram reuniões que durarão dois dias em São Petesburgo, no noroeste da Rússia. Os dois líderes discutirão a “parceria e aliança estratégica” entre os seus países, informou Minsk. Lukashenko atuou como mediador entre o Kremlin e líder paramilitar Yevgeny Prigozhin em meio à rebelião abortada da milícia Wagner, em junho.

Ao final do primeiro encontro, Lukashenko comentou que “não há contraofensiva” ucraniana, antes de ser interrompido por Putin, que lançou: “Há uma, mas falhou”.

O presidente bielorrusso assegurou a Putin que “mantém” Prigozhin no centro da Bielorrússia, para onde foram centenas dos combatentes Wagner. “Eles estão pedindo para ir para o oeste (…,) para Varsóvia, Rzeszów”, exclamou Lukashenko, enquanto Putin esboçou um sorriso. “Mas, claro, que os mantenho no centro da Bielorrússia, como havíamos combinado”, afirmou, acrescentando ter notado “o mau humor” dos paramilitares.

Na sequência, Putin e Lukashenko cumprimentaram juntos a multidão reunida nos arredores de São Petersburgo neste domingo, um mês após a fracassada rebelião de Wagner na Rússia, que o líder bielorrusso ajudou a reprimir.

Os dois homens apareceram lado a lado em Kronstadt, uma ilha em frente à cidade e tiraram fotos com os presentes na praça em frente à catedral, informaram agências de notícias russas. Segundo o Kremlin, eles visitaram um novo museu dedicado à história naval.

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