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Ucrânia obtém apoio da Polônia para se juntar à Otan

A Polônia é um importante centro logístico para enviar a ajuda militar e humanitária do Ocidente até o front da guerra

Os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da Rússia, Vladimir Putin. Foto: Ludovic Marin e Grigory Sysoyev/AFP
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A Polônia defenderá, na próxima cúpula da Otan, em julho, a adesão da Ucrânia, em  meio à guerra contra a Rússia, que acusou os países ocidentais de fomentar o conflito e de se envolver em atentados em seu território.

“Estamos tentando obter para a Ucrânia garantias adicionais de segurança que reforcem seu potencial militar, que também reforcem o sentimento de segurança do povo ucraniano”, anunciou o presidente polonês, Andrzej Duda, nesta quarta-feira 5, ao receber seu colega ucraniano Volodymyr Zelensky.

“Acredito firmemente que poderíamos receber essas garantias para a Ucrânia como uma introdução e, repito, como uma introdução à sua adesão plena à Otan“, frisou Duda, adiantando o pleito que levará à cúpula da Otan a ser realizada em Vilnius, na Lituânia. A Polônia apoia “firmemente” a candidatura de Kiev à aliança militar transatlântica, acrescentou o presidente.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 exigindo, entre outras coisas, garantias de que a ex-república soviética nunca entraria na Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Zelensky agradeceu à Polônia por seu apoio aos esforços da Ucrânia para ingressar na União Europeia e na Otan.

“Gostaria de dizer aos nossos parceiros, que estão constantemente buscando compromissos em nosso caminho para a Otan, que a Ucrânia será inflexível neste ponto”, declarou Zelensky.

A Polônia, membro da UE e da Otan e vizinha da Ucrânia, é um importante centro logístico para enviar a ajuda militar e humanitária do Ocidente até o front da guerra. Também acolheu muitos refugiados ucranianos.

Duda afirmou que a Polônia está pronta para entregar a Kiev “no futuro” toda a sua frota remanescente de caças MiG-29 de fabricação soviética, ou seja, cerca de trinta aeronaves.

A Polônia já entregou oito MiG-29 para a Ucrânia e enviará outros seis em breve. Também forneceu 14 tanques Leopard 2A4 para a Ucrânia em fevereiro e março, além de outros equipamentos.

Referindo-se à situação no terreno, o presidente ucraniano assegurou que “o inimigo não assumiu o controle” da cidade de Bakhmut, atacada há meses pelas tropas russas.

“Para mim, o mais importante é não perder nossos homens. Se houver o risco de perder pessoal devido ao cerco (a Bakhmut), é claro que o general (Oleksander) Syrskyi tomará as decisões corretas e adequadas no terreno.”

Desde o início da ofensiva russa, Zelensky já viajou para Washington, Londres, Paris e Bruxelas.

“Confronto geopolítico”

O presidente russo, Vladimir Putin, culpou os países ocidentais nesta quarta-feira pelo conflito na Ucrânia e acusou serviços secretos de estarem envolvidos na preparação de “ataques terroristas” na Rússia.

“Cabe considerar que países terceiros e serviços de inteligência ocidentais estejam envolvidos na organização de sabotagens e ataques terroristas”, declarou Putin, três dias após a morte de um famoso blogueiro militar em um ataque com bomba em São Petersburgo.

“Não posso deixar de dizer que o apoio dos Estados Unidos ao golpe de Estado em Kiev em 2014 acabou levando à atual crise ucraniana”, disse ele pouco antes de receber as credenciais da embaixadora americana em Moscou, Lynne Tracy.

Putin também acusou a UE de ter iniciado um “confronto geopolítico” com a Rússia.

Os serviços de segurança russos indicaram que um avião ucraniano caiu na quarta-feira em uma região russa na fronteira com a ex-república soviética e que o piloto “tentou fugir para o território ucraniano”, mas “foi detido”.

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