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Trump tem plano para aumentar poder presidencial caso vença eleição, diz New York Times

De acordo com o jornal, o republicano pretende fortalecer poder da Casa Banca e limitar independências de agências federais; discursos recentes de campanha estão alinhados com a revelação

Foto: Giorgio Vieira/AFP
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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus aliados planejam uma expansão do poder presidencial sobre os órgãos do governo em caso de uma vitória eleitoral na disputa em 2024. 

O plano consiste em remodelar a estrutura do Poder Executivo, já em 2025, concentrando maior autoridade na mão do presidente do país, alterando assim o equilíbrio das forças das instituições do país. 

As informações foram reveladas pelo jornal The New York Times que consultou fontes próximas ao ex-presidente republicano. 

Recentemente, Trump tem dado a entender que ordenaria uma investigação criminal sobre seu rival político, o atual presidente Joe Biden, sinalizando também que pretende interferir nas agências federais de investigação, independentes desde o caso Watergate. 

Pelo plano revelado, a agência independente que elabora e aplica regras para empresas de televisão e internet e a Comissão Federal de Comércio, que aplica regras antitruste e outros mecanismos de proteção ao consumidor, também ficariam sob controle direto do presidente. 

Além disso, Trump pretende praticar a política extinta norte-americana de apreender fundos, recusando-se a aplicar em programas determinados pelo Congresso que não agradem a seus interesses. 

Em seu site de campanha, Trump declarou que os presidentes têm o direito constitucional de confiscar fundos e disse que restauraria a prática – embora reconhecesse que isso poderia resultar em uma batalha judicial.

As proteções aos empregos de funcionários públicos também poderão ser retiradas, facilitando a substituição de agentes que sejam considerados como um obstáculo à sua agenda política. 

“O plano do presidente deve ser reorientar fundamentalmente o governo federal de uma forma que não foi feita desde o New Deal de FDR”, disse John McEntee, ex-chefe de pessoal da Casa Branca. Partiu dele a primeira tentativa de Trump de varrer funcionários considerados desleais em 2020. 

“Nosso poder executivo atual foi concebido por liberais com o propósito de promulgar políticas liberais. Não há como fazer a estrutura existente funcionar de maneira conservadora. Não basta acertar o pessoal. O que é necessário é uma revisão completa do sistema”, explicou McEntee.

A nova abordagem, caso eleito, está clara em discursos feitos em comícios e no site de campanha de Trump. As novas prática parecem ter, inclusive, pouca resistência por parte de outros integrantes do partido Republicanos. 

Parte dos planos agora explicitados foram tentadas ainda durante o primeiro mandato de Trump, mas foram impedidos por preocupações internas de que seriam impraticáveis naquele momento. Desde então, o ex-presidente tem deixado claro a insatisfação com os bloqueios. No último ano de sua presidência, ele disse a assessores que estava farto de ser constrangido por subordinados.

A agenda defendida por Trump tem origens em um pensamento conservador que rejeita a independência entre os Poderes e o equilíbrio entre as forças institucionais. 

Os adeptos da teoria argumentam que o Artigo 2 da Constituição dá ao presidente o controle total do poder executivo, de modo que o Congresso não pode autorizar os chefes das agências a tomar decisões ou restringir a capacidade do presidente de demiti-los.

Aliados de Trump se preparam para redigir uma ordem executiva que prevê colocar todas as agências independentes “sob a autoridade presidencial”. 

“Vamos demolir o estado profundo”, disse Trump no comício em Michigan.

“Vamos expulsar os belicistas de nosso governo. Vamos expulsar os globalistas. Vamos expulsar os comunistas, marxistas e fascistas. E vamos jogar fora a classe política doente que odeia nosso país”, completou o ex-presidente na campanha.

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