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Trump se despede, deixa carta a Biden e promete voltar

‘Eu só quero dizer adeus, mas espero que não seja um adeus de longo prazo’, disse o republicano

Foto: MANDEL NGAN / AFP
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou uma carta para seu sucessor, Joe Biden, antes de deixar a Casa Branca, informou à AFP um porta-voz do  Executivo minutos após a partida do presidente.

Trump, que se recusou a aceitar sua derrota por mais de dois meses, nunca parabenizou Biden por sua vitória nas eleições de novembro.

A carta deixada no Salão Oval pelo presidente que está deixando o cargo ao que está entrando é uma tradição americana.

“Somos apenas ocupantes temporários deste posto”, escreveu Barack Obama a Trump há quatro anos. “Isso nos torna guardiães de instituições e tradições democráticas, como o Estado de Direito, a separação de poderes, a proteção dos direitos civis pelos quais nossos ancestrais lutaram”, acrescentou.

Promessa de volta

Trump, deixou a Casa Branca  horas antes do término de seu mandato, e viajou para sua nova residência na Flórida.

Biden assume o comando com o objetivo de unir um país dividido e em crise. Situação que se reflete na transferência de poder, marcada por um esquema de segurança rigoroso após o ataque ao Capitólio na semana passada e pela ausência de Trump, que rompe, assim, com uma tradição de 150 anos.

“Eu só quero dizer adeus, mas espero que não seja um adeus de longo prazo”, disse Trump a repórteres na Casa Branca antes de ele e a primeira-dama Melania Trump caminharem no tapete vermelho e embarcarem no Marine One para a curta viagem de helicóptero até a Base Conjunta Andrews.

Depois de deixar a Casa Branca, Trump se despediu em uma cerimônia militar na base, nos arredores de Washington. Ali, desejou “boa sorte e muito sucesso” ao novo governo, sem citar Biden pelo nome.

“Foram quatro anos incríveis”, disse Trump a assessores, simpatizantes e parentes reunidos na base, após uma saudação de 21 tiros e a música “Salute to the Chief”.

“Conseguimos muito juntos”, disse ele. “Sempre lutarei por vocês. É minha maior honra e privilégio ter sido seu presidente”.

Antes de partir para a Flórida, encorajou seus seguidores, afirmando: “vamos voltar de alguma forma”.

A decolagem de Trump no avião presidencial Air Force One coincidiu com o início de uma missa que reuniu Biden e líderes democratas e republicanos do Congresso antes da transferência do comando.

O futuro presidente, um católico devoto, estava acompanhado por sua esposa, Jill Biden, pelos democratas Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes, e Chuck Schumer, líder da minoria no Senado, bem como pelos líderes republicanos na Câmara Alta, Mitch McConnell, e na Câmara Baixa, Kevin McCarthy.

Biden prestará juramento pouco antes do meio-dia (14h de Brasília) em frente ao Capitólio, que foi alvo de um ataque de manifestantes pró-Trump há exatamente duas semanas. Cinco pessoas morreram no caos desencadeado em 6 de janeiro.

A cerimônia de posse não terá público e, em seu lugar, estarão milhares de bandeiras americanas para lembrar os mais de 400.000 mortos pela pandemia de coronavírus.

Segundo um porta-voz do Executivo americano, Donald Trump seguiu a tradição de deixar uma carta ao seu sucessor.

Donald Trump, que por mais de dois meses se recusou a aceitar sua derrota eleitoral, nunca parabenizou Joe Biden por sua vitória.

A correspondência deixada no Salão Oval para seu sucessor é uma tradição americana.

“Somos apenas ocupantes temporários deste cargo”, escreveu-lhe Barack Obama quatro anos atrás.

“Isso nos torna guardiães de instituições e tradições democráticas, como o Estado de Direito, a separação de poderes, a proteção dos direitos civis pelos quais nossos ancestrais lutaram”, acrescentou.

“Boa sorte”, concluiu, dizendo que estava pronto para ajudar “de qualquer maneira”.

Dentre todas essas cartas de presidente a presidente, a deixada, em 20 de janeiro de 1993, pelo republicano George H.W. Bush para seu sucessor democrata Bill Clinton, marcou os espíritos, pela dignidade e pela classe.

Evocando seu “sentimento de admiração e respeito” ao entrar no Salão Oval quatro anos antes, ele acrescentou: “Haverá alguns momentos muito difíceis (…) Mas não deixe que os críticos o detenham, ou façam você mudar de curso”.

(Com informações da AFP)

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