Mundo
Trump pagará despesas judiciais a ex-espião britânico após perder processo
Trump apresentou uma denúncia contra Christopher Steele e a empresa privada Orbis, fundada pelo ex-agente, mas perdeu na justiça
O ex-presidente americano Donald Trump pagará pelo menos 300.000 libras (1,8 milhão de reais) de gastos judiciais a um ex-espião britânico, após perder um processo contra ele, segundo a decisão tomada por um tribunal de Londres nesta quinta-feira (7).
A Justiça britânica rejeitou em 1° de fevereiro o processo de Trump contra Christopher Steele, cujo controverso relatório sobre os supostos vínculos do dirigente com a Rússia provocou uma tempestade política em 2017.
Trump, de 77 anos, de novo candidato à indicação republicana, apresentou uma denúncia contra Christopher Steele e a empresa privada Orbis, fundada por esse ex-agente dos serviços britânicos de informação.
Em uma decisão revelada nesta quinta-feira pela agência britânica PA, a juíza da Suprema Corte britânica indicou que Donald Trump deve pagar os gastos judiciais da Orbis “pelo conjunto da denúncia”.
A empresa do ex-espião avaliou esses gastos em mais de 600.000 libras (3,6 milhões de reais), segundo a juíza, que ordenou a Trump que pague a metade da quantia, à espera de que um advogado especializado decida o valor total.
A pedido do campo democrata, durante a campanha para a eleição americana de 2016, Christopher Steele havia recolhido informação, não verificada, que relacionava Trump com a Rússia.
Isso fez com que Trump recorresse ao Tribunal Superior de Londres, com base na lei de proteção de dados, para se defender do relatório, que compilava informações brutas e não verificadas.
A denúncia se concentrou especialmente em duas seções desse relatório que descrevem supostas orgias das quais Donald Trump teria participado em São Petersburgo, assim como outras com prostitutas em Moscou.
Não há “motivos convincentes” que justifiquem um julgamento, decidiu o Tribunal Superior britânico em fevereiro, porque “quaisquer que sejam os méritos da denúncia (…) a solicitação de “indenização por danos está fadada ao fracasso”.
De acordo com a juíza Karen Steyn, Donald Trump não conseguiu “formular um remédio viável que tivesse uma chance real de sucesso (…) e optou por deixar passar muitos anos” e o que o ex-presidente estava buscando principalmente era “defender sua reputação”, por meio dessa ação.
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