Trump invocou mais de 400 vezes seu direito de não responder em depoimento à Justiça de NY

A procuradora-geral de Nova York suspeita que a Organização Trump superestimou o valor de propriedades imobiliárias ao solicitar empréstimos bancários

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Andrew CABALLERO-REYNOLDS/AFP

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O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invocou mais de 400 vezes o seu direito constitucional de não responder a perguntas sob juramento em uma investigação civil por suspeita de fraude nos negócios de sua família, informou a imprensa local nesta quinta-feira 11.

Trump, de 76 anos, foi interrogado por quatro horas na quarta-feira no escritório de Manhattan de Letitia James, procuradora-geral do estado de Nova York, que investiga as práticas comerciais da Organização Trump.

O jornal The Washington Post disse que Trump falou seu nome e logo invocou a Quinta Emenda, que permite que as pessoas se recusem a responder perguntas para evitar a autoincriminação, mais de 400 vezes.

Em resposta às perguntas dos investigadores sobre seus negócios, avaliações de propriedades e empréstimos, Trump respondeu repetidamente “mesma resposta”, disse o Post.

A NBC News, citando uma fonte com conhecimento do depoimento do ex-presidente, afirmou que Trump invocou a Quinta Emenda mais de 440 vezes.

Em um comunicado, Trump, cuja mansão em Mar-a-Lago, Flórida, foi alvo de buscas do FBI na segunda-feira, defendeu sua atitude.


“Quando sua família, sua empresa e todas as pessoas de seu entorno se transformam em alvo de uma Caça às Bruxas infundada e politicamente motivada, com apoio de advogados, procuradores e meios de comunicação falsos, não há outra alternativa”, acrescentou.

“Se eu tinha algum questionamento interno, as buscas em minha casa, Mar-a-Lago, na segunda-feira por parte do FBI, apenas dois dias antes deste depoimento, eliminaram qualquer dúvida”, disse.

Mais tarde, descreveu o depoimento como “muito profissional”.

“Ter uma empresa fantástica com grandes ativos, pouquíssimas dívidas e muito DINHEIRO. Apenas nos Estados Unidos!”, escreveu o ex-presidente em sua rede social, Truth Social.

A procuradora-geral de Nova York suspeita que a Organização Trump superestimou o valor de propriedades imobiliárias ao solicitar empréstimos bancários, enquanto subestimava os valores desses mesmos imóveis às autoridades tributárias para pagar menos impostos.

Se James, uma democrata, encontrar alguma evidência de má conduta financeira, pode processar a Organização Trump por danos e prejuízos, mas não pode apresentar acusações penais, pois trata-se de uma investigação no âmbito civil.

O Departamento de Justiça do Estado de Nova York confirmou que Trump “invocou seu direito à Quinta Emenda” e disse que a procuradora-geral “vai se apegar aos fatos e à lei”.

O FBI e o Departamento de Justiçados Estados Unidos não revelaram o motivo das buscas na Flórida.

Contudo, meios de comunicação americanos disseram que os agentes estavam realizando uma busca autorizada pela Justiça, relacionada com o possível manuseio incorreto de documentos classificados que tinham sido levados a Mar-a-Lago depois que Trump deixou a Casa Branca em janeiro de 2021.

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