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Trump é fichado pela 4ª vez e deixa a prisão sob fiança

O magnata aceitou pagar 200 mil dólares, o equivalente a 974 mil reais na cotação atual

Foto: FULTON COUNTY SHERIFF'S OFFICE/AFP
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Donald Trump, 1,90m de altura, 98 quilos e cabelo loiro. Como qualquer outro acusado, o ex-presidente dos Estados Unidos passou por um processo de fichamento em uma prisão em Atlanta nesta quinta-feira 24, após ser acusado de tentar manipular as eleições presidenciais de 2020.

Durante uma sessão que durou menos de 30 minutos, Trump foi formalmente alvo de 13 acusações na prisão do condado de Fulton, em Atlanta. Ele foi fotografado em uma foto policial histórica e posteriormente liberado sob fiança de 200 mil reais, o equivalente a quase 1 milhão de reais.

Trump, acusado de conspirar com outros 18 acusados para anular o resultado das eleições de 2020 no estado, passou brevemente pela prisão antes de partir em um comboio em direção ao aeroporto.

Até agora, ele havia sido isento de tirar uma foto policial, mas desta vez foi tratado como qualquer outra pessoa. Sua imagem foi distribuída poucos minutos depois, mostrando o ex-presidente olhando para a câmera com o rosto rígido e a testa franzida.

Em declarações aos jornalistas após sua prisão, Trump, o favorito à nomeação presidencial republicana de 2024, disse que era um “dia muito triste para os Estados Unidos” e acusou seus oponentes democratas de “interferência eleitoral”.

“O que aconteceu aqui é uma paródia da justiça”, acrescentou. “Eu não fiz nada de errado.”

Seu ex-advogado Rudy Giuliani, um dos 19 processados, disse na quarta-feira que falou com Trump para desejar boa sorte.

Permanência breve

Seu último chefe de gabinete, Mark Meadows, se apresentou nesta quinta-feira e foi liberado após pagar fiança de 100 mil dólares. Outro acusado, Harrison Floyd, ficou detido porque não foi favorecido com a liberdade sob fiança.

O xerife do condado de Fulton, Pat Labat, antecipou que o procedimento normal na Geórgia é tirar uma foto do acusado antes de ele ser liberado sob fiança.

As duas entradas da prisão foram fechadas ao trânsito na manhã desta quinta, com exceção dos veículos da polícia. Agentes com coletes à prova de balas esperavam em um dos acessos em uma van.

Ausente do debate republicano

Nesta quinta-feira, Trump trocou de advogado na Geórgia, substituindo Drew Findling por Steven Sadow, uma decisão ainda não explicada.

No passado, Sadow criticou a lei contra o crime organizado usada pela promotora do condado de Fulton, Fani Willis, para indiciar coletivamente os 19 réus, uma norma que prevê penas de cinco a 20 anos de prisão.

Em 14 de agosto, um grande júri nomeado por Willis os acusou de tentar ilegalmente anular o resultado das eleições de 2020, vencidas neste estado-chave pelo atual presidente, o democrata Joe Biden.

Os 19 acusados tinham até as 12h de sexta-feira para se apresentar às autoridades. A expectativa é que retornem ao tribunal na semana de 5 de setembro, presumivelmente para anunciar se eles se declaram culpados ou não. A procuradora Fani deseja que o julgamento aconteça em março de 2024.

Trump é alvo de quatro acusações criminais, duas em nível federa, uma no estado de Nova York e outra na Geórgia.

Cada processo, no entanto, rende para ele milhões de dólares em doações, feitas por apoiadores convencidos de que ele é vítima de uma “caça às bruxas”.

A apresentação de Trump às autoridades da Geórgia ocorreu após o primeiro debate para as primárias republicanas, realizado na noite de quarta-feira em Milwaukee, Wisconsin, ao qual o magnata considerou desnecessário comparecer, dada a sua liderança nas pesquisas.

Em vez disso, ele concedeu uma entrevista ao ex-apresentador da Fox News Tucker Carlson, que foi ao ar na rede social X (antigo Twitter) ao mesmo tempo em que o debate era exibido.

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