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Trump diz que ‘não tolerará’ continuação do julgamento por corrupção contra Netanyahu

Em um dos casos, o premiê e sua esposa são acusados de aceitar mais de 260 mil dólares em bens de luxo em troca de favores políticos

Trump diz que ‘não tolerará’ continuação do julgamento por corrupção contra Netanyahu
Trump diz que ‘não tolerará’ continuação do julgamento por corrupção contra Netanyahu
Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em um encontro na Casa Branca realizado no dia 4 de fevereiro de 2025. Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
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O presidente Donald Trump declarou neste sábado 28 que os Estados Unidos “não tolerarão” que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, continue a ser processado por acusações de corrupção em seu país.

“Os Estados Unidos gastam bilhões de dólares por ano, muito mais do que qualquer outra nação, para proteger e apoiar Israel. Não vamos tolerar isso”, declarou Trump em sua plataforma Truth Social.

Netanyahu “está agora no processo de negociar um acordo com o Hamas, que incluirá trazer os reféns de volta. Como é possível que o primeiro-ministro de Israel seja forçado a ficar em um tribunal o dia todo?”, questionou.

Na sexta-feira, um tribunal israelense rejeitou o pedido de Netanyahu para suspender suas audiências no julgamento por corrupção por duas semanas.

Sua defesa havia solicitado o adiamento das audiências antes de retomar o processo na semana que vem, mencionando os “desenvolvimentos na região e no mundo”, após a guerra com o Irã e no contexto do conflito aberto em Gaza.

Também havia apresentado um pedido de cancelamento das duas próximas sessões judiciais.

Em um dos casos contra ele, Netanyahu e sua esposa Sara são acusados de aceitar mais de 260 mil dólares em bens de luxo como charutos, joias e champanhe de milionários em troca de favores políticos.

Em outros dois, ele é acusado de tentar negociar uma cobertura mais favorável em dois meios de comunicação israelenses.

Trump já havia apelado na quarta-feira para anular o processo, que ele classificou como “caça às bruxas”, e também recomendou que fosse “concedido um perdão a um Grande Herói”, no dia seguinte ao cessar-fogo entre Israel e o Irã.

Netanyahu, que agradeceu a Trump por seu apoio na guerra contra o Irã, nega as acusações contra ele no caso, que foi adiado várias vezes desde que começou em 2020.

“Esta paródia de ‘Justiça’ vai interferir nas negociações com o Irã e o Hamas”, disse o presidente americano, embora não estivesse claro a que negociações ele se referia em relação ao Irã.

Há diálogos em andamento para o retorno dos reféns restantes e dos corpos dos mortos em cativeiro, enquanto a devastadora guerra de Israel contra Gaza continua.

O Hamas tomou 251 reféns no ataque sem precedentes em solo israelense de 7 de outubro de 2023. Acredita-se que 49 deles ainda estejam em Gaza, incluindo 27 que o exército israelense dá como mortos.

Trump também comparou os problemas jurídicos de Netanyahu com os próprios problemas com a justiça antes de assumir o cargo pela segunda vez em janeiro.

“É uma caça às bruxas política, muito semelhante à caça que fui forçado a suportar”, disse.

O republicano foi acusado de 34 crimes de falsificação de registros comerciais, em maio de 2024, em um caso relacionado a pagamentos a uma ex-atriz pornô.

Também enfrentou dois processos federais por sua suposta tentativa de anular os resultados das eleições presidenciais de 2020, que perdeu para o democrata Joe Biden.

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