Mundo
Trump diz que informações ‘críveis’ sobre o caso Epstein deveriam ser divulgadas
O presidente reafirmou que os arquivos foram ‘inventados’ por democratas, apesar de ter dito na campanha que provavelmente os publicaria


O presidente Donald Trump declarou nesta terça-feira 15 que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos deveria publicar todas as informações “críveis” de sua investigação sobre o criminoso sexual Jeffrey Epstein, em uma tentativa de acalmar as críticas de seus apoiadores em relação à condução do caso.
Trump enfrenta a ruptura mais grave de sua carreira política com seus seguidores de extrema-direita, famosos pela lealdade, devido às suspeitas de que sua administração está encobrindo detalhes sórdidos dos crimes de Epstein para proteger figuras ricas e poderosas que, segundo eles, estariam envolvidas.
“A procuradora-geral lidou com isso muito bem”, disse o mandatário republicano sobre Pam Bondi, que comanda o Departamento de Justiça, quando foi questionado sobre o caso na Casa Branca.
Trump reiterou sua afirmação de que os arquivos de Epstein foram “inventados” por seus antecessores democratas na Casa Branca, apesar de ter dito repetidamente durante a campanha eleitoral que “provavelmente” os publicaria.
“Ela lidou com isso muito bem, e a decisão dependerá dela”, disse Trump. “O que ela considerar crível, deveria ser publicado”, afirmou ao sair da Casa Branca rumo à Pensilvânia.
Os comentários mais recentes do presidente suavizam sua postura, após ele expressar frustração no Salão Oval e nas redes sociais com a obsessão de seus apoiadores por Epstein.
Muitos fiéis do movimento “Make America Great Again” (MAGA), que acreditam na existência de um “Estado Profundo”, consideram que este oculta informações sobre os associados ricos de Epstein, tanto no Partido Democrata quanto em Hollywood.
O Departamento de Justiça e o FBI declararam, em um memorando publicado no início deste mês, que não há provas de que o magnata financeiro mantivesse uma “lista de clientes”, nem de que estivesse chantageando figuras poderosas.
Também rejeitaram a alegação de que Epstein foi assassinado na prisão, confirmaram sua morte por suicídio e afirmaram que não divulgariam mais informações sobre a investigação.
Epstein foi encontrado enforcado em sua cela em Nova York, em 2019, antes de ser julgado por tráfico sexual.
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