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Trump demoniza imigrantes em comício no Colorado

O republicano afirmou falsamente que gangues venezuelanas no estado foram autorizadas a atirar contra a polícia

Trump demoniza imigrantes em comício no Colorado
Trump demoniza imigrantes em comício no Colorado
Comício de Donald Trump em 11 de outubro de 2024. Foto: Alejandra Rubio/AFP
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Donald Trump prometeu que 5 de novembro será o “dia da libertação”, enquanto pintou um quadro apocalíptico de um país “ocupado” por hordas de estrangeiros criminosos, durante comício em uma cidade que, segundo ele, foi tomada pela gangue venezuelana Trem de Aragua.

Na reta final da corrida pela Casa Branca, o ex-presidente combinou um discurso econômico protecionista com a demonização dos imigrantes para estimular suas bases, formadas, principalmente, por cidadãos brancos da classe trabalhadora. Já sua adversária eleitoral, Kamala Harris, prefere transmitir uma mensagem de união.

Em um discurso mais extremista do que o habitual, Trump soltou as rédeas de sua retórica contra os imigrantes. “Os Estados Unidos são conhecidos em todo o mundo como país ocupado. Estamos sendo ocupados por uma força criminosa”, afirmou o republicano em Aurora, Colorado. “Mas prometo a vocês: 5 de novembro de 2024 será o dia da libertação nos Estados Unidos.”

Trump acusou Kamala de ter importado “um exército de membros de gangues estrangeiros ilegais e imigrantes criminosos das masmorras do Terceiro Mundo” e de tê-los “realocado” em Aurora.

Apoiadores da direita radical afirmam que a cidade é aterrorizada por imigrantes da América Latina desde a divulgação de um vídeo que mostra latinos armados em um prédio, apesar dos desmentidos de autoridades.

‘Inimigo interno’

Trump chamou a vice-presidente de “criminosa” e afirmou falsamente que gangues venezuelanas no Colorado foram autorizadas a atirar contra a polícia. Segundo ele, existe um “inimigo interno”: “Toda a escória com que temos que lidar que odeia o nosso país.”

O republicano prometeu deportar os membros de gangues até não restar nenhum e descreveu algumas das medidas que tomará se vencer as eleições, entre elas restaurar o Título 42, norma sanitária implementada durante a pandemia de Covid-19 que permitia bloquear praticamente todos os imigrantes.

“Estão muito, muito doentes, com doenças altamente contagiosas, e são trazidos para infectar o nosso país”, afirmou Trump sobre os imigrantes, que já acusou de “envenenar” os Estados Unidos e comer animais de estimação.

“Enviarei ao Congresso um projeto de lei para proibir todas as cidades-santuário”, que protegem os imigrantes da expulsão, “e iniciaremos a maior operação de deportação da história americana”, continuou o magnata.

Kamala, por sua vez, fez campanha em Scottsdale, Arizona, onde prometeu criar um “conselho bipartidário de assessores” e repetiu que incluiria um republicano em seu gabinete.

“Nos últimos anos, algumas forças poderosas em nosso país tentam nos dividir como americanos. Temos mais em comum do que coisas que nos separam”, afirmou a candidata democrata.

A ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton advertiu em entrevista divulgada nesta sexta que Kamala precisa “estar preparada para surpresas de última hora em outubro”.Em 2016, quando Hillary era a candidata democrata contra Trump, ela enfrentou a divulgação, pouco antes das eleições, de milhares de e-mails de sua campanha obtidos por agentes russos, segundo a CIA.

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