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Trump confirma a morte de líder do Estado Islâmico


Encurralado por tropas americanas na Síria, Abu Bakr Al Baghdadi acionou colete de explosivos em um túnel, matando seus três filhos

Abu Bakr Al Baghdadi em localidade e datas não identificadas. Foto: AFP PHOTO / SOURCE / AL-FURQAN
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo 27 a morte do chefe do grupo Estado Islâmico (EI), Abu Bakr Al Baghdadi, em uma operação militar das forças especiais americanas no noroeste da Síria.

Trump afirmou que o líder extremista morreu “como um cachorro”, de forma “covarde”, acionando o colete de explosivos que vestia durante a fuga por um túnel. No momento, ele era perseguido por cães farejadores.

Em pronunciamento na Casa Branca, Trump relatou que oito helicópteros americanos participaram da operação, organizada durante 15 dias, após a identificação de uma casa que servia de refúgio ao terrorista e sua família.

Os militares da operação tiveram que cruzar território hostil vindo de um local não revelado no noroeste da Síria, voando por aproximadamente uma hora e dez minutos. “Havia uma possibilidade de ficarmos sob um fogo incrível. Quando chegaram ao destino, “o inferno desatou”, descreveu Trump.

O republicano acompanhou toda a operação à distância, por câmeras, acompanhado do vice-presidente Mike Pence e oficiais militares e de segurança de alto escalão. Segundo ele, Al Bagdadi gritava e chorava antes de morrer. “Como estivesse vendo um filme”, disse.

Onze crianças foram retiradas do local em segurança. No entanto, ao tentar se proteger em um túnel, Al Baghdadi, que tinha 48 anos, levou três de seus filhos pequenos consigo e acionou um colete de poderosos explosivos que vestia. Os quatro morreram na hora. A identidade do líder terrorista foi confirmada por exames de DNA.

“Não morreu como um herói, morreu como um covarde, chorando, gemendo e gritando, e levando três meninos para morrer com ele. Morte segura. E ele sabia que o túnel não tinha saída”, afirmou.

Trump afirmou que os militares foram recebidos “com muito fogo” e que um “grande número” de aliados do terrorista morreu. Nenhum agente americano faleceu na operação.

Trump agradeceu a colaboração de outros países na operação – Rússia, Turquia, Síria e Iraque – e também os curdos sírios, que deram apoio à missão. O republicano disse que nenhum integrante da operação americana morreu, mas vários companheiros de Baghdadi foram mortos.

Reação global

Apesar da confirmação da morte do líder terrorista por exames de DNA, a Rússia disse “não dispor de informações confiáveis sobre as ações do Exército americano na zona de segurança de Idlib (…) sobre uma ‘nova morte’” de Al Baghdadi.

“Desde a derrota final do Estado Islâmico pelo Exército do governo sírio com o apoio das forças aéreas russas no início de 2018, uma enésima ‘morte’ de Abu Bakr al-Baghdadi não tem significado operacional para a situação na Síria, nem para as ações dos terroristas restantes em Idlib”, afirmou Igor Konachenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo.

O premier britânico, Boris Johnson, definiu a morte do extremista como “um momento importante em nossa luta contra o terrorismo, mas a batalha contra o flagelo do Daesh (sigla árabe para o EI) ainda não acabou”.

A ministra francesa das Forças Armadas, Florence Parly, parabenizou “os aliados americanos” pela operação, mas lembrou que o EI segue ativo. Uma posição corroborada por Mazlum Abdi, comandante das Forças Democráticas Sírias, parcerias de Washington na Síria: “As células adormecidas vingarão Bagdadi. Então devemos esperar de tudo”, alertou.

Desaparecido

O líder do Estado Islâmico não dava mais notícias desde uma gravação de áudio de novembro de 2016, após o início da ofensiva iraquiana para retomar Mossul.

Também foi nesta cidade que ele apareceu em público pela última vez, em 2014, quando o grupo terrorista estava em plena expansão no Iraque e planejava atacar o mundo ocidental.

No ano seguinte, realizou dois dos piores atentados terroristas já cometidos na França, contra o jornal Charlie Hebdo, a boate Bataclan e restaurantes de Paris.

* Com informações de AFP e RFI

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