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Trump autoriza ação secreta na Venezuela em plano para derrubar Maduro, diz ‘NY Times’

A tensão na América Latina cresce com a mobilização militar norte-americana e os ataques a embarcações

Trump autoriza ação secreta na Venezuela em plano para derrubar Maduro, diz ‘NY Times’
Trump autoriza ação secreta na Venezuela em plano para derrubar Maduro, diz ‘NY Times’
Donald Trump e Nicolás Maduro. Fotos: KAMIL KRZACZYNSKI e Federico PARRA / AFP
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a Agência Central de Inteligência, a CIA, a executar ações secretas na Venezuela, informou nesta quarta-feira 15 o jornal The New York Times. A se confirmar, será o movimento mais explosivo da Casa Branca para derrubar Nicolás Maduro do poder.

O veículo afirma que diversas autoridades norte-americanas confirmaram o documento confidencial, sob condição de anonimato. Segundo o NYT, a autorização permitiria que a CIA deflagrasse operações letais na Venezuela e conduzisse diversas ações no Caribe.

Ainda não se sabe, de acordo com o jornal, se a CIA já planeja uma operação na Venezuela ou se ainda se trata de uma contingência. A estratégia de Trump para Caracas, acrescenta a publicação, foi elaborada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, com a ajuda do diretor da CIA, John Ratcliffe, com o objetivo de destituir Maduro.

Pouco depois de a notícia vir à tona, Trump foi questionado, em uma coletiva de imprensa, se a CIA de fato tem aval para retirar Maduro da Presidência. Ele não respondeu diretamente, mas disse que a Venezuela “está sentindo a pressão, como outros países”.

“É ridículo me fazer essa pergunta. Na verdade, não é uma pergunta ridícula, mas não seria ridículo se eu a respondesse?”, completou.

Antes mesmo de o jornal publicar a notícia, a tensão na América Latina crescia devido à ofensiva de Trump contra a Venezuela. Na terça-feira 14, o Exército norte-americano lançou um novo ataque contra uma suposta embarcação ligada ao tráfico de drogas em frente à costa venezuelana, no qual seis pessoas morreram.

Foi o quinto ataque do Exército dos Estados Unidos contra embarcações próximas à costa venezuelana, no Mar do Caribe, onde Washington também mobilizou navios militares e um submarino. Com a nova incursão, o número de mortos subiu para 27.

Na entrevista coletiva, Trump também declarou que considera atacar em terra cartéis da Venezuela. “Já temos bem sob controle o mar”, declarou no Salão Oval.

A ofensiva já resultou em críticas de outros gigantes do xadrez geopolítico. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Lin Jian afirmou que Pequim “se opõe à ameaça ou ao uso da força nas relações internacionais e à interferência externa nos assuntos internos da Venezuela, sob qualquer pretexto”.

De acordo com Jian, a China endossa o combate a crimes transfronteiriços por meio de cooperação internacional. Reforçou, porém, sua oposição às ações “excessivas” dos Estados Unidos contra outros países e pediu que  Washington se engaje na cooperação com estruturas multilaterais.

A Casa Branca não reconhece Maduro como presidente — sob a alegação de fraude em sua reeleição em 2024 — e oferece uma recompensa de 50 milhões de dólares por sua captura.

Nesta quarta-feira, Maduro determinou exercícios militares nas maiores comunidades do país, em resposta ao envio de navios dos Estados Unidos ao Caribe. “Vamos ativar toda a força militar de defesa integral, popular, militar e policial, ativadas e unidas”, disse o chavista em uma gravação de áudio no Telegram.

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